Todos os caminhos levam os fanáticos por vinis ao Centro de São Paulo. Lojas escondidas em galerias guardam o ouro musical em um quadrilátero delimitado pelas ruas 24 de Maio e Barão de Itapetininga, na República. “Eu ouvia há oito anos que iam acabar as loja de disco e neste tempo para cá o número aumentou em 30%”, afirma Celso Luiz de Lima Marcílio, 50 anos, dono da Cel-Som.
Especializado em música brasileira, Celso tem parte de sua clientela formada por estrangeiros como ingleses, americanos, japoneses, franceses, holandeses, alemães, italianos. “Os estrangeiros que fizeram com que a gente prestasse atenção nos discos brasileiros. Como eles pegavam algumas coisas que a maioria não tinha muita atenção com isso, começaram a perceber que eram músicas bem produzidas, música de qualidade. Os gringos levam em consideração a ficha-técnica do álbum e isso poucos brasileiros estudavam. Sempre esteve aqui e a gente não dava muita atenção, só uma minoria que são entendidos, músicos etc”, diz o lojista.
DJ histórico de samba-rock e black music e também dono de loja, Boaventura Vieira de Moura, o Tony Hits, 62, escancara a situação. “Eles descobriram os discos, né? Infelizmente, a gente tem que dar a mão à palmatória. Eles vieram, compraram, levaram, tocaram, viram que tinha um monte de coisa legal e depois nós ficamos sabendo aqui. A maioria dos discos que estão caros hoje foi justamente por causa dos estrangeiros que acabaram inflacionando o preço e também esgotando um pouco. Estes discos estão acabando, principalmente as edições originais”, constata.
Francisco Carlos de Carvalho, da Chico e Zico, conta que sempre teve clientes do exterior, mesmo quando estava instalado na região do Tucuruvi, zona norte. “Eles (os estrangeiros) frequentavam meu estoque. Depois que eu vim para o Centro deu ênfase maior porque eu estou com a loja física”, afirmou. “Eu, modéstia à parte, enxerguei longe, sempre estoquei”, completou o comerciante, dizendo que chegou a esperar 25 anos para vender discos. Sua loja frequentemente é citada em publicações estrangeiras.
Tony Hits foi o único dos entrevistados que aceitou falar sobre quanto um disco pode chegar a custar, verdadeiro tabu entre os lojistas. “Tem muitos preços, tem disco de R$ 25 a R$ 3 mil, R$ 4 mil. Só não quero citar nomes de disco para você, mas existem, se você entrar na internet, vai achar discos de uns preços que eu acho que não vale”, pondera.
É preciso cuidado, portanto, para não ir à falência. Para quem está começando a colecionar discos agora, Chico dá a seguinte dica: “Não procure do décimo andar para o primeiro e sim do primeiro para o décimo”.
Veja nossa lista de lojas e bom garimpo:
Cel Som Discos
R. 24 de Maio, 188, sobreloja 116/118, República, SP
(11) 3337-5631
Chico e Zico
Rua 24 de maio, 188, 1° andar, loja 119
(11) 3362-0004
Tony Hits
Endereço: Boulevard do Centro – Sala 109, R. 24 de Maio, 188 – República
Telefone: (11) 3337-7048
Disco 7 Vinil
Endereço: loja 24 Galeria Nova Barao, R. Sete de Abril, 154 – República
Telefone:(11) 3231-1193
Blue Sonic
Endereço: R. Barão de Itapetininga, 37 – República
Telefone: (11) 3151-4524
Patuá Discos
R. Fidalga, 516 – Vila Madalena
Telefone:(11) 2306-1647
Eric Discos
R. Artur de Azevedo, 1813 – Pinheiros
Telefone:(11) 3081-8252
Baratos Afins
Endereço: R. 24 de Maio, 62 – República
Telefone:(11) 3223-3629
Locomotiva Discos
Endereço: Loja 8, R. Barão de Itapetininga, 37 – República, São Paulo
(11) 3255-4963
Big Papa Records
Rua Sete de Abril, 154 – Galeria Nova Barão – Piso Superior – Loja 30 – República
(11) 3237-0176
Guia de lojas de vinil
Créditos: Gabriel Quintão