O Art Popular nasceu na época em que nem CD existia ainda. Mas se você pensa que um dos principais grupos de samba da história musical brasileira se acomoda nos louros passados, está enganado. Prova maior disso é este segundo volume da trilogia “Batuque de Magia”, o “Cavaquinho”, que é lançado agora.
O projeto total do “Batuque de Magia”, 22º álbum da banda, é composto por 24 faixas, sendo 23 inéditas. Quando os fãs souberam do manancial de composições que o grupo estava para soltar, sugeriram aos integrantes que fosse feito em moldes contemporâneos.
Assim chegamos ao segundo volume, “Cavaquinho”, ensanduichado entre “Pandeiro” (o primeiro) e “Tan Tan” (que será o terceiro). Os nomes dos instrumentos indicam o viés de cada um dos volumes. Pandeiro está mais ligado ao samba tradicional, por isso foi escolhido para batizar o lote de músicas que trafegam pelo Partido Alto.
Já Tan Tan tem uma sonoridade mais festiva – logo, foi apontado para cravar o nome do terceiro grupo de músicas que, não por acaso, serão lançadas mais perto do Carnaval (aconteça ou não nas ruas e avenidas).
Já o cavaquinho remete ao samba mais romântico, por isso é o instrumento musical que caracteriza as sete canções que compõem este segundo volume de “Batuque de Magia”.“A ideia começou dentro do grupo de fãs no (aplicativo) Telegram. Eles souberam da quantidade de músicas que tínhamos, suficientes para um disco triplo, e meio que nos convenceram a lançar as canções agrupadas, como em uma playlist de plataforma de streaming”, indica Leandro Lehart, que é autor das sete composições.
Há que se dizer que a prova de que o Art Popular não se desvinculou de suas origens está nas parcerias que Lehart tem nas composições. Com o icônico Jorge Aragão, escreveu “Até que Aprendi”, com Pedrinho da Flor, “Meu Querer”; “Navalha” foi escrita com Marcio Alexandre e Juninho Itaguaí, e “Sonho Interminável”, com Cleber Augusto. Completam o arsenal de novos potenciais hits “Agonia”, “Ouro em Pó” e “Sabiá”.
Só que, como dito acima, as novidades não terminam por aí e nem no próximo volume. Ao final dos três lançamentos, o grupo reunirá as 24 canções em mixagem em Dolby Atmos, que forma sonoridade espacial e uma experiência no ouvinte de mergulho sonoro pleno por meio dos fones de ouvido.
Ou seja, Denilson Franco, Evandro Art, Leandro Lehart, Malli, Ricardo Lima e Tcharlinho definitivamente não brincam com coisas tão sérias quanto o samba e a dimensão que o grupo alcançou nesta quarta década de trajetória. Pandeiro, cavaco e tan tan são as provas auditivas disso.