Desde os novatos Norah Jones e Coldplay até os veteranos Sting e Bruce Springsteen, basta lançar um olhar aos nomes indicados para os grandes prêmios de música deste ano para indagar-se por que será que o setor das gravadoras está passando por uma fase tão difícil.

Talentos musicais não faltam. Apesar disso, porém, muitos executivos que vão assistir aos Brit Awards, em Londres, esta semana, e à entrega dos Grammy, em Nova York, vão moderar na champanha, ciente de que o setor enfrenta mais um ano de queda nas vendas.

Apesar das acusações de que virou escravo de bandas manufaturadas e artistas saídos de shows de talentos na TV, muitos especialistas dizem que os problemas do setor não estão na música propriamente dita, mas na maneira como ele faz negócios.

Com os adolescentes de hoje mais interessados em jogar videogame ou descarregar música de graça na Internet do que em comprar CDs em lojas, a indústria da música, que movimenta 34 bilhões de dólares, precisa urgentemente repensar seu modelo econômico.

Um dos problemas do setor é que as gravadoras ficaram complacentes durante os anos 1980, quando as vendas subiram vertiginosamente em função do surgimento do CD.

Para algumas fontes, os executivos perderam o contato com as raízes da indústria, enquanto curtiam seus salários multimilionários.

Ao mesmo tempo, as maiores gravadoras passaram a abocanhar o maior número possível de suas rivais menores. O resultado é que hoje há apenas cinco grupos musicais gigantes no mundo: a Universal Music, a Sony Music, a Warner Music, a EMI e a BMG.

Todos eles se reportam ou a conglomerados de mídia maiores ou diretamente a seus acionistas, fato que os submete a pressões ainda maiores para apresentar lucros.

Na verdade, a indústria musical é diferente de qualquer outra. É quase impossível prever o que fará sucesso, e nove em cada dez álbuns vendidos nos EUA perdem dinheiro.

O custo de promover os talentos também subiu. Os executivos estimam que os álbuns lançados por grandes gravadoras precisam vender 500 mil cópias apenas para cobrir seus custos.

As gravadoras gastam muito para lançar um novo artista pop, e promover astros conhecidos pode custar muitos milhões.

Essa dinâmica vem levando algumas das grandes gravadoras a adotar abordagens de curto prazo, em vez de pensar em desenvolver carreiras de longo prazo, segundo alguns executivos.


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Gravadoras buscam maneiras de se reciclar

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