A terceira temporada de “Amigos, Sons e Palavras”, programa que Gilberto Gil comanda no Canal Brasil, estreia hoje, dia 23, às 20h45, com 13 episódios inéditos. Serão exibidos dois programas por dia, sempre às segundas-feiras.
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Durante algumas semanas, o público poderá assistir a bate-papos descontraídos comandados pelo cantor, com convidados como Fernanda Montenegro, Liniker, Glória Pires, Marcelo Adnet, Demétrio Magnoli, Gabriela Lemos, Laymert Garcia, Hermano Vianna e Ronaldo Lemos.
Os episódios mantêm o mesmo formato das temporadas anteriores, Gil abre o programa cantando uma música especificamente escolhida para o convidado e então a conversa se desenrola a partir da canção. Com duração de aproximadamente 25 minutos, as ‘prosas’ intimistas e recheadas de afeto trazem assuntos como as relações familiares, sustentabilidade, alimentação, velhice e, claro, arte.
O programa de estreia marca o encontro dos “imortais” Gil e Fernanda Montenegro. Depois da abertura, ao som da música “Palco”, os dois falam sobre o ‘batismo’ de suas profissões em um palco. “Tem uma vida particular, celular, resguardada, sacramentada, que dá poder a você para essa outra entidade (a da interpretação) vir à tona. É uma esquizofrenia aceita. E é assim comigo. Tem a minha porta de casa para dentro, que é uma entidade e tem uma pessoa da porta para fora que é uma outra entidade. Ela pode até mudar de caráter, mudar de tom de vida, mudar o modo de intervir”, conta Fernanda, sobre a dualidade da vida de uma atriz.
Os dois conversam sobre a idade e a representatividade de ambos e, sobre Fernanda, Gil expõe uma opinião muito clara: “Na dimensão simbólica, na dimensão espiritual, você tem sido sim uma mãe extraordinária pra mim e pra tanta gente, sem dúvida! Inspiradora”, como forma de simbolizar a sua relevância para a arte e a cultura do Brasil.
Também hoje, 23, logo na sequência, às 21h15, Gil recebe Liniker em uma conversa profunda e inspiradora iniciada ao som da música “Raça Humana”. Quando o cantor pede para ela definir o que seria a raça humana em sua visão, a compositora fala dos mistérios acerca do que ela acredita definir os seres humanos. “Eu sinto que a raça humana é esse grande mistério que a gente passa uma vida inteira na busca de entender. Eu fico na sensação de que eu não sei se isso tem um ponto final… acho que a raça humana é sempre uma feitura diária”, conta.
A cantora conta, também, do processo de transição de gênero e explica a sua eterna busca por desconstrução e reconstrução. “Eu estava cansada de não existir mais, estava cansada de viver uma coisa imposta que eu não era… Estava cansada de não me sentir pertencente ao meu corpo, às minhas ideias. Eu precisei recomeçar, precisei mergulhar dentro de mim pra conseguir entender então quem eu era, o que eu sentia… E acho que isso não é uma coisa findada, eu sigo nessa construção de mim mesmo, sigo na construção do meu caminho… E isso vai ser pra sempre”.
O programa tem direção de Letícia Muhana e Patrícia Guimarães, e produção da Gegê Produções Artísticas, com direção de produção de Flora Gil e direção musical de Bem Gil.