50 Cent


Créditos: Reprodução / Twitter

Pode parecer exagero, mas dez anos depois do lançamento de Get Rich or Die Tryin’, de 50 Cent, o álbum hoje é considerado divisor de águas no hip hop. Apenas na primeira semana, 900 mil cópias foram vendidas, chegando a 13 milhões com o passar dos anos.

Graças ao disco, coube a 50 Cent o mérito (ou demérito) de ser um dos responsáveis por transformar o rap em música pop. Curtis Jackson, seu verdadeiro nome, havia passado os oito anos antes do álbum vir à luz batalhando com mixtapes. Desde que tinha 16 anos, já havia chamado a atenção de nomes como Kanye West.

Nascido em South Jamaica, no bairro novaiorquino do Queens, Jackson foi traficante de drogas e mesmo após deixar o crime, em 2000, levou nove tiros em um incidente mal explicado e ficou entre a vida e a morte.

As experiências serviram de base para suas letras, que versavam sobre a vida gangsta – drogas, dinheiro, carros, mulheres. Após ter sido baleado, o rapper chamou a atenção de Eminem e assinou um contrato de US$ 1 milhão com a Shady/Aftermath. Depois disso, era apenas questão de tempo para que seu primeiro single, de 2002, Wanksta, se tornasse famoso.

Por mais que se esperasse muito do álbum, Get Rich or Die Tryin’, ninguém poderia imaginar que suas 15 faixas de pura provocação gangsta, se tornaria um sucesso tão grande e duradouro. Pavimentaria o caminho para que até mesmo seu mentor, Kanye West, pudesse alcançar o sucesso estratosférico de My Beautiful Dark Twisted Fantasy, de 2010, e, mais recentemente, Frank Ocean, chegasse ao grande público com Channel Orange.

Curiosamente, Ocean tornou-se um dos primeiros artistas de hip hop e R&B de sucesso a declarar abertamente ter tido experiências homoafetivas. Quem diria que o disco de um “machão” poderia um dia contribuir com uma mudança radical em um universo tão homofóbico.

 


int(1)

"Get Rich or Die Tryin'", de 50 Cent, que completa 10 anos, foi peça central na democratização do hip hop