Nesta semana, Gavin Rossdale chega ao Brasil com o Bush para três shows: dia 14 no Credicard Hall, em São Paulo, 15 no KM de Vantagem Hall, no Rio de Janeiro e 17 no KM de Vantagem Hall de Belo Horizonte. As apresentações fazem parte da Revolución Tour 2019, que também tem o grupo norte-americano Stone Temple Pilots no line up.
De voz grossa e sotaque inglês, Gavin conversou com o Virgula e disse que voltar ao Brasil após 22 anos será como “reatar um velho relacionamento” com os fãs brasileiros. “Estou muito animado em voltar porque faz muito tempo que estivemos ai”, conta ele. “Nos shows mesclamos músicas do nosso último álbum [Black and White Rainbows, de 2017] com músicas antigas. Mas, como não tocamos no Brasil há muito tempo, vamos dar ênfase aos singles. Canções como ‘Swallowed’, ‘Machine Head’ e ‘Glycerine’ estarão no set list”.
O Bush se apresentou no Brasil em 1997, fase áurea do grupo em que vendia milhões de álbuns pelo mundo, não saia do Top 10 da MTV e eram os ingleses mais queridinhos do pós-grunge, encabeçando os maiores festivais europeus e norte-americanos, de Reading Festival a Woodstock 99. Para melhorar, Gavin era o colírio do momento e namorava a cantora Gwen Stefani, do No Doubt, que tornou-se sua esposa por 13 anos em um relacionamento que acabou em 2015, após traição do cantor.
Ao ser questionado do que mais sente falta da década de noventa, Gavin brinca: “De ser popular fazendo música”. Hoje em dia, com fama e exposição bem mais modesta do que há 20 anos, ele mantém o Bush com dignidade, lançando bons álbuns periodicamente e fazendo o mesmo tipo de rock noventista e guitarreiro que lançou o grupo ao sucesso. Para ele, o gênero continua bem vivo.
“As pessoas continuam indo e lotando os shows de rock. Isso significa que o gênero segue forte e não está morto como dizem por ai”. Com exemplos, justifica: “Tem uma nova banda de rock realmente incrível chamada Greta Van Fleet. São jovens, fazem um som setentista e lançaram um álbum grandioso. As pessoas estão amando eles… O Metallica faz turnês mundiais tocando somente em estádios e com ingressos esgotados. O System of A Down também. O que acontece é que o rock não está mais nas rádios e TVs”.
Além dos shows que fará no Brasil, Gavin já tem em mente o que pretende fazer em seu tempo livre nas cidades por onde vai passar: “Não vejo a hora de comer uma boa feijoada e ir ao D.O.M., restaurante de Alex Atala em São Paulo. Também quero beber caipirinhas e ir a bares. Gosto disso, comer, me divertir e conhecer pessoas. No Rio, meu sonho é poder conhecer as favelas, mas sei que é preciso ter muito cuidado porque lá é perigoso”.
Confira a conversa completa abaixo:
Virgula: o Bush fez shows no Brasil em 1997. O que você se lembra daquelas apresentações?
Gavin Rossdale: A plateia tinha muita energia, paixão e uma devoção que eu nunca tinha visto antes. Estou muito animado em voltar ao Brasil porque faz muito tempo que estivemos ai. Será como reatar um velho relacionamento.
Como serão os shows agora?
Cada show que fazemos é como se estivesse sendo o último de nossas vidas. Damos toda a nossa energia em cima do palco. Eu não me importo se estamos tocando para 100 mil pessoas ou para 100. Damos o sangue do mesmo jeito.
Você prefere tocar as músicas antigas ou novas nos shows?
Bem, nos shows mesclamos músicas do nosso último álbum [Black and White Rainbows, de 2017] com músicas antigas. Mas, como não tocamos no Brasil há muito tempo, vamos dar ênfase aos singles. Canções como ‘Swallowed’, ‘Machine Head’ e ‘Glycerine’ com certeza estarão no set list.
Essa turnê está sendo com o Stone Temple Pilots. Você é fã deles?
Eu amo o Stone Temple Pilots e sou muito fã do Scott Weiland. Tenho enorme respeito por eles e estou muito feliz por terem encontrado o Jeff Gutt, que é uma ótima pessoa e um grande vocalista. As novas músicas soam como as antigas. Fizemos uma turnê com eles pelos EUA e Canadá e agora decidimos levar para outros lugares, como a América do Sul.
Bush era muito popular nos anos noventa. Você tem saudade de algo daquela época?
De ser popular fazendo música (risos).
O que você acha quando dizem que o rock está morrendo?
Tem uma nova banda de rock realmente incrível chamada Greta Van Fleet. Eles são jovens, fazem um som setentista e lançaram um álbum grandioso. As pessoas estão amando eles. O Tool e o Deftones estão prestes a lançar novos trabalhos e há muita expectativa. O Metallica faz turnês mundiais tocando somente em estádios e com ingressos esgotados. O System of A Down também. As pessoas continuam indo e lotando os shows de rock. Isso significa que o rock segue forte e não está morto como dizem por ai.
Mas a popularidade do rock está em baixa nas mídias…
O que acontece é que o rock não está mais nas rádios e nas TVs. Nesses espaços temos o rap e o pop que estão dominando tudo. O rap atual é muito bom. A cultura do hip hop é enorme. O Kendrick Lamar, por exemplo, é fantástico! Eu o adoro. Então, há espaço e público para todos os gostos, só não estão nos mesmos lugares.
Já pensou no que vai fazer em seu tempo livre no Brasil?
Não vejo a hora de comer uma boa feijoada e ir ao D.O.M., restaurante do Alex Atala, em São Paulo. Também quero beber caipirinhas e ir a bares. Gosto disso, comer, me divertir e conhecer pessoas. Meu sonho é poder conhecer as favelas do Rio, mas sei que é preciso ter muito cuidado lá porque é perigoso. Adoro o Rio, o clima, o calor..
Hoje em São Paulo está fazendo muito calor também, assim como no Rio.
Sério? Gostaria de me transportar para São Paulo agora.
SERVIÇO:
Revolución Tour 2019 – Bush & Stone Temple Pilots em São Paulo
Data: Quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
Local: Credicard Hall SP – Av. das Nações Unidas, 17.955 – Santo Amaro – São Paulo (SP)
Abertura dos portões: 19h30
Horário: 21h00 – Stone Temple Pilots
Ingressos: www.ticketsforfun.com.br
Classificação etária: De 15 a 17 anos, permitida a entrada acompanhados dos pais ou responsáveis legais. De 18 anos em diante permitida a entrada desacompanhados.
Abertura da casa: 1h30 antes do espetáculo.