A partir desta quinta-feira (22) a Universal Music disponibilizará uma nova prensagem do vinil “Água Viva” (1978), de Gal Costa. A artista baiana e ícone da música brasileira e mundial faleceu este ano em decorrência de um infarto fulminante.
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Quando registrou o álbum “Água Viva”, apenas 13 anos depois de sua tímida estreia num compacto com as composições dos colegas do grupo baiano, Caetano Veloso (“Sim, foi você”) e Gilberto Gil (“Eu vim da Bahia”), o soprano maleável e extenso de Gal Costa já tinha atravessado diversas fases.
“Água Viva” é essencialmente contemporâneo, sob a direção de produção de Perinho Albuquerque. Alguns escalados: Wagner Tiso, Thomas Improta, Perna Fróes, Jamil Joanes, Luizão Maia, Paulinho Braga, Perinho Santana, Moacir Albuquerque, Bira da Silva, Toninho Horta e Sivuca. Repertório de autores no auge da criatividade, como a intensa Sueli Costa de “Vida de artista”, com Abel Silva.
Milton Nascimento fornece dois petardos, o rock metafórico “Cadê” (com Ruy Guerra) e o embalo libertário de “Paula e Bebeto” (com Caetano): “Qualquer maneira de amor vale a pena/ qualquer maneira de amor valerá”. O onipresente Caetano assina três outras composições, “A mulher”, no campo da metafísica poética, mais a cortante “Mãe”, num valseio pop dramático: ‘Sou triste quase um bicho triste/ e brilhas mesmo assim/ eu canto, grito, corro, rio/ e nunca chego a ti”. E, em contraste, o frevo trieletrizado “Qual é baiana?” (com Moacyr Albuquerque) que carnavaliza, escudado na terminologia da época: “essa menina é só de brincadeira/ só dá bandeira”.