Gal Costa está completando 50 anos de carreira, mas a rainha nem pensa em deitar em berço esplêndido. Estratosférica, seu novo álbum, compre (aqui), é um verdadeiro who is who da música brasileira contemporânea, com disco produzido por Moreno Veloso e Kassin e gravações de faixas compostas por nomes como Junio Barreto, Lira, Domenico Lancellotti, Céu, Pupillo, Marcelo Camelo, Thalma de Freitas, Moreno Veloso, Jonas Sá e Mallu Magalhães.
“Nunca tinha cantado e gravado um geração mais nova que a minha e adorei. Eu acho importante e interessante devolver, retribuir a essa nova geração uma música deles gravado por mim. Eles bebem na minha fonte, assim como eu me influenciei por outros artistas”, afirma Gal ao Virgula.
A lenda tropicalista contou também que viu seu público rejuvenescer nos últimos anos. “Desde um pouco antes de Recanto, e mais ainda com ele, o público mais jovem se aproximou do meu trabalho, da minha música e dos meus shows”, atesta.
Para Gal, que afirma que “tropicalista é buscar sempre o novo”, era preciso quebrar a caretice. “Enlouqueçam nos arranjos. Não quero nada careta. Quero um disco arrojado”, disse ela para os produtores Kassin e Moreno Veloso, segundo texto de divulgação de Estratosférica, que também traz composições de monstros além do seu tempo, como Tom Zé, Lincoln Olivetti e Caetano Veloso.
Veja a ideia que nós trocamos com a diva:
Por que quis gravar músicas de autores novos?
Gal Costa – Queria cantar um repertório novo, de gente jovem ou de uma geração que está há muito tempo na carreira, mas que eu não tivesse gravado. Nunca tinha cantado e gravado um geração mais nova que a minha e adorei. Eu acho importante e interessante devolver, retribuir a essa nova geração uma música deles gravado por mim. Eles bebem na minha fonte, assim como eu me influenciei por outros artistas. Em todo disco que você lança, você presta um serviço à cultura.
Quais são principais diferenças que vê entre a geração e a do tropicalismo?
Gal Costa – Me sinto ainda uma tropicalista ainda. A prova está nos últimos dois discos que fiz: Recanto que foi produzido por Caetano e esse disco agora, Estratosférica, produzido por Kassin e Moreno Veloso. Acho que ser tropicalista é buscar sempre o novo, não ficar na zona de conforto, e qualquer artista pode buscar isso.
Sua guinada em direção a sons mais contemporâneos também rejuvenesceu seu público?
Gal Costa – Acredito que sim. Desde um pouco antes de Recanto, e mais ainda com ele, o público mais jovem se aproximou do meu trabalho, da minha música e dos meus shows. E com Estratosférica eu quis dar continuidade a isso.
Em que momento da vida soube que iria ser cantora?
Gal Costa – Acho que desde que eu nasci. Sempre achei que eu conseguiria dar certo, ser uma cantora. Sabia que tinha uma voz diferente e especial.
Que momento da sua carreira considera seu ápice?
Gal Costa – Tenho vários momentos, como a carreira de todo artista.
Qual álbum seu que mais gosta e por quê?
Gal Costa – Cada um tem seu porque, cada um marca um momento da minha carreira. Escolher um, de bate e pronto, sem uma análise mais profunda é complicado.
Quem são seus heróis musicais?
Gal Costa – João Gilberto, Caetano, tantos…
Que sons que atualmente mais gosta e indica?
Gal Costa – Eu ouço de tudo. Gosto de baixar músicas no meu iPhone ou no meu iPad e ouvir com o fone de ouvido. Gosto de buscar novos ritmos, novos artistas.
Qual considera sua missão musical?
Gal Costa – Não sei se tenho uma missão musical. Eu gosto de cantar o que me emociona, sem pensar em rótulos. Gosto de ousar, de criar rupturas dentro da minha carreira musical, de criar novos caminhos. Tenho essa tendência de dar saltos na minha carreira, de sair da zona de conforto.
Como é um dia normal seu em São Paulo, quando não está em turnê?
Gal Costa – Fico em casa, gosto de estar perto do meu filho, buscá-lo na escola. Sou uma pessoa simples no dia a dia, ando na rua sem maquiagem, vivo minha vida de forma natural.