Apaixonado por hip hop e blues, o norte-americano Garrett Drew Dutton não queria ter que escolher entre um dos gêneros para começar sua carreira como músico.

“Nunca quis ser um rapper, porque sabia que jamais seria o melhor. Eu ouvia muito hip hop quando era mais novo e ainda amo, mas sempre quis fazer algo que só eu seria capaz de fazer. Foi assim que eu optei por esse estilo mais hip hop blues, com elementos do folk e características só minhas”, contou o músico ao Virgula.

Em 1993, Garrett se juntou com o baterista Jeffrey “The Houseman” Clemens e o baixista Jim “Jimi Jazz” Prescott, e passou a assinar como G. Love. Posteriormente, Clemens permaneceu e o grupo ganhou a adição de Mark Boyce e Timo Shanko, criando o G. Love & Special Sauce.

Em 1999, G. Love gravou uma parceria com o então desconhecido Jack Johnson, e a partir desta colaboração os dois músicos começaram a excursionar juntos. É essa turnê que chega agora ao Brasil no festival Natura Nós, que traz G. Love abrindo o show de Jack Johnson neste sábado (21).

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“Meu novo álbum, que vou apresentar neste show aí no Brasil, é como se fosse um retorno ao som que eu mais gosto de fazer. É algo mais intimista, mais focado em melodia, e o show vai ser exatamente nessa pegada: um homem e um violão tentando conversar com a plateia”, adiantou ele, que apresenta no Brasil o repertório de seu novo álbum de estúdio, Fixin’ To Die.



Embora esteja chegando ao Brasil em um período tranquilo de sua carreira, G. Love conta que já passou por maus bocados com sua antiga gravadora, a Sony Music. “No comecinho de 2000, a nossa relação com a Sony estava ficando insustentável. Nossas músicas estavam na geladeira há um tempo e eles simplesmente nos largaram”, contou o músico, que afirmou que não sente falta do apoio de uma grande gravadora.

“Nos dias de hoje, uma gravadora não consegue impedir você de continuar fazendo seu trabalho. É só querer que dá para ir em frente numa boa. Não tem desculpa para desistir de fazer música”, completou.

POLÊMICA

O novo trabalho do músico é mais intimista e deixa de lado questões mais polêmicas, mas G. Love não sai pela tangente quando questionado sobre uma de suas músicas antigas, intitulada Who’s Got The Weed?.

“Eu fumo maconha sim, não vejo problema algum. É um hábito tranquilo e aceitável”, garantiu ele, que é a favor da legalização da maconha em todos os países.

“A legalização vai ser a resposta para vários problemas políticos e até ecológicos, porque vai regular o plantio e resolver a questão do consumo. Vamos falar a verdade? Maconha não faz mal, não vicia e não provoca câncer. Então, qual o problema?”, questionou. 

SHOW NO BRASIL

Para os fãs brasileiros, G. Love afirmou que está preparando um repertório acústico e mais focado no público.

“Não vou fazer uma apresentação grande, cheia de aparatos. Minha intenção é conversar com as pessoas, ter um diálogo com a plateia, eu e meu violão. Dessa forma, posso fazer um show voltado para os meus fãs e apresentando a minha música com calma. Mal posso esperar”, afirmou ele, que pretende aproveitar a passagem pelo país para comprar vinis de música brasileira.

“Não conheço nada da música de vocês, então eu quero muito que as pessoas me mostrem sons legais e que me dêem dicas de álbuns que eu preciso conhecer”, completou.


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G. Love, que abre o show de Jack Johnson no Brasil, fala sobre legalização da maconha