Funk com inteligência artificial? O que os funkeiros, como MC Bullock e Rubão da ZS acham disso (Foto: Divulgação)

O mercado e o público foram surpreendidos com diversas versões de músicas, com arranjos diferenciados em versões de clássicos do funk, que em questão de horas se transformaram em coreografias e trends nas redes sociais.

A música “Predador de Perereca” ultrapassou 1,5 milhão de visualizações no YouTube e caiu no gosto dos internautas, que, curiosos, queriam saber quem a criou e quem cantava essa canção de ritmo envolvente. A grande surpresa é que os arranjos e as novas versões foram produzidos 100% por meio de inteligência artificial, por Raul Vinicius, um paulista que comanda a Blow Records e que teve como inspiração artistas como Marvin Gaye e Tim Maia.

Confira o hit do momento com IA, “Predador de Perereca”

Com mais de 200 versões produzidas e um canal no YouTube com playlists dedicadas ao funk dos anos 60, 70 e 80, bem como milhares de seguidores no Instagram, TikTok e YouTube, a iniciativa viralizou nas redes .

A ideia principal, segundo Raul, é explorar cenários “inimagináveis” ao aplicar batidas antigas a letras contemporâneas — uma abordagem que atraiu tanto curiosos como os próprios artistas originais que ficaram surpresos com as produções.

A produtora reforça o cuidado com os direitos autorais: as faixas não são comercializadas em plataformas de streaming sem que haja prévia negociação com os criadores originais.

O TikTok tem sido a principal vitrine para o fenômeno. Vídeos como “Funk dos Anos 80: A Nostalgia Musical” já acumulam dezenas de milhares de curtidas, graças à IA que ressignifica sucessos do funk com sonoridade antiga

Esse sucesso repete a lógica do algoritmo da plataforma: conteúdo envolvente, nostálgico e inovador tem mais chances de viralizar rapidamente.

Raul informou à imprensa que a repercussão o tem motivado a seguir expandindo o catálogo da Blow Records . Ele afirma que o projeto começou como um experimento, mas o feedback positivo – inclusive dos artistas originais – mostrou que há apelo em resgatar o passado musical com ferramentas modernas. A estratégia aproxima diferentes gerações e mostra como a IA pode abrir novas possibilidades musicais.

Vale ressaltar que é um mercado com potencial lucrativo imenso: uma pesquisa recente indica um crescimento de US$ 3 bilhões no mercado de música gerada por inteligência artificial generativa até 2028.

O empresário e cantor RUBÃO DA ZS, um dos nomes mais conhecidos do mercado do funk, vê com muito otimismo essa novidade: “Eu acho que enriquece a sonoridade musical do segmento. O funk hoje é a nova MPB, atinge todas as classes sociais de alguma maneira devido à riqueza de subtipos musicais, dentro do próprio ritmo. Ouvi as versões e achei sensacionais. Muitos funkeiros surfarão nessa onda. Eu mesmo já criei e lançarei em breve. Como disse anteriormente, temos que ter expertise e time para surfar a onda do momento. Como artista, digo que temos de ser maleáveis como a água e rígidos como a pedra para sobreviver e se reinventar nesse mercado tão concorrido”, finaliza o artista.

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O jovem funkeiro MC BULLOCK, considerado como uma das grandes revelações desse mercado, considera extremamente positivo a utilização de inteligência artifical em novas versões do funk: “Acho interessante como o funk vem ganhando cada vez mais espaço no cenário musical. É uma boa oportunidade para divulgar o nosso trabalho por vários meios. A tecnologia e inteligência artificial abrem a oportunidade de ampliar a visibilidade com ideias diferentes, atingindo novos públicos”, declara o jovem funkeiro de 25 anos que também pensa em utilizar a ferramenta para novas versões de suas músicas.

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Funk com inteligência artificial? O que os funkeiros acham disso

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