Vocalista do Kaoma, Loalwa Braz


Créditos: divulgacao

Talvez o nome Loalwa Braz não te diga muita coisa, mas com certeza você já ouvido sua voz cantando Lambada, aquele hit do Kaoma, de 89: “Chorando se foi/ Quem um dia só me fez chorar”.

O Kaoma, uma das principais atrações da Virada Cultural de São Paulo, apresenta-se à uma da manhã de domingo (19) no palco do largo do Arouche. O apelidado “palco brega” tem ainda o “rei do axé”, Luiz Caldas, às 21h, no sábado, Sarah Jane, do hit A Roda, às 3h, logo após o Kaoma, e a Banda Uó, às 5h. A cantora hype Céu já disse que não pode Kaoma e Sarah Jane por nada.

O Virgula Música conversou com Loalwa, radicada em Paris desde 85. Ela conta na entrevista por e-mail que Chorando de Foi é dos irmão bolivianos Ulysses e Gonzalo Hermosa e que produtores franceses tentaram “se apoderar dos direitos autorais da música”. Leia a seguir: 

Qual é a origem desta música e como que tiveram a ideia de fazer a versão de Chorando se Foi?

A musica Chorando se Foi é boliviana. É uma composição dos irmãos Ulysses e Gonzalo Hermosa, e teve adptação em português, feita pela cantora Márcia Ferreira e José Ari. A ideia do projeto da musica e dança chamada Lambada foi dos produtores franceses do grupo Kaoma, nome dado por mim, que tentaram se apoderar dos direitos autorais da música, causando uma grande polêmica e um processo internacional, que resultou, obviamente, na vitória dos irmãos bolivianos.

A que atribui o sucesso da música?

Esta música é mágica, tem uma linda melodia, mas sinceramente acho que o sucesso planetário, foi devido à dança lambada, que começou em Belém do Pará e foi descendo até chegar em Porto Seguro, onde teve grande visibilidade internacional. Um dos produtores viu as pessoas dançando nas praias de Porto Seguro e teve, com razão, a grande visão de um sucesso internacional.

Que momento considera o ponto alto da sua carreira até aqui?

Minha carreira teve vários pontos importantes, mesmo os baixos, pelo aprendizado. Posso dizer que considero o ponto mais alto, poder ter reconhecimento em meu país.

O que preparou para o show em São Paulo e como é se apresentar para as plateias brasileiras?

Algumas músicas de grande sucesso com o Kaoma, e músicas novas, que terão grande participação do público.

Tive a grande felicidade, de ter o carinho da cantora Gaby Amarantos, que fará uma participação superespecial neste show.

Tem contato com os outros integrantes do Kaoma?

Tenho mais contato com alguns dançarinos, como Marilei, Sirley Didi, Bras e com a senegalesa Fania Niang, que adoro. 

Muita gente canta em inglês para fazer sucesso no exterior diz que o português não é uma língua musical, na sua opinião, qual é o segredo para conseguir emplacar um hit mundial em nossa língua?

Acho que o sucesso não depende somente da musica, nem do idioma, e sim do projeto que engloba todo um grande trabalho. O visual é muito importante, sobretudo chegar no bom momento. E o bom momento só Deus pode nos dar.

Que artistas da atual geração mais gosta no Brasil e no mundo?

Da geração atual no Brasil adoro, entre outros, Gaby Amarantos, Daniel, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Carlinhos Brown, Paula Fernandes. Pelo carisma, talento e força. Mas vejo muitos artistas brasileiros maravilhosos, que sou fã, porém, sem oportunidade na mídia.

Entre os internacionais, Alicia Keys, Mariah Carey, Beyoncé e muitos outros.

O que motivou sua ida para Paris?

Fui chamada pela querida e saudosa cantora Dinorah (As Gatas), para liderar o grupo de um quinteto vocal, em um show chamado Brésil en Fête, que iria estrear em Paris em maio de 1985.  Nunca pensei em morar fora do Brasil, fui ficando, ficando, tendo oportunidades, segurando… faz 28 anos.

Estar na França ajudou a projetar sua música?

Com certeza. Paris é a janela da arte voltada para os olhos do mundo.

Pensa em voltar a morar no Brasil?

Claro que sim. Quando me perguntam onde moro, gosto de responder, entre a França e o Brasil. Se eu não estivesse sempre por aqui não poderia ser feliz.

Veja o Kaoma com Loalwa Braz no clipe de Lambada 


Sarah Jane em A Roda (Fantástico, 1987)


Luiz Caldas, Haja Amor




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