Desde quando os britânicos do Verve se separaram pela segunda vez em 1999 que os fãs aguardam ansiosamente o retorno da banda.
A espera acabou depois de 11 anos e o resultado chega às prateleiras sob o nome de Forth.
Os problemas que povoaram a vida do grupo líderado pelo vocalista Richard Ascroft na decada de noventa foram deixados para trás e as diferenças entre os integrantes foram enterradas para o iminente retorno triunfal da única banda que o encrenqueiro Noel Gallagher disse ser melhor que a sua, o Oasis.
A banda ganhou destaque mundial com seu mega-hit Bittersweet Simphony que gerou problemas judiciais por conta do sample dos Rolling Stones presente na faixa. Isso acabou por fazer o Verve perder os direitos autorais da música, transferidos para a gravadora dos veteranos.
Forth: A volta do ‘Capitão Rock’
Laçado no Brasil no dia 25 de agosto, o quarto álbum de um dos maiores nomes do britpop da aos fãs do estilo justamente o que eles precisavam. Sangue novo.
O retorno do Verve traz consigo um gás novo para um estilo que já estava praticamente esquecido pela grande mídia já que só o Oasis continua com a mesma repercussão da época da explosão da cena de Manchester.
Forth mostra que a banda ainda tem lenha para queimar mas não traz nenhuma grande novidade para a velha fórmula que o grupo seguiu desde o primeiro álbum.
A produção assinada por Chris Potter e pelo baterista Nick McCabe é de longe a melhor da carreira da banda, o que favorece o lado space-rock, mais viajado, do Verve.
O disco começa com a energética Sit and Wonder que tem um riff bem legal com teclados bastante viajados. A voz no melhor estilo Bob Dylan dá uma cara mais roqueira para o novo disco.
A segunda faixa é o single Love is Noise, a mais dançante de todo o álbum. O hit tem teclados que lembram bandas como Keane, com uma entonação mais rock.
Na sequência vêm Rather Be e Judas, baladas bastante Britpop com linhas vocais interessantes.
A faixa 4, Numbness, é a prova contundente de que, como todo bom britânico, Richard Ashcroft é dono de pelo menos uma cópia do álbum Dark Side of The Moon do Pink Floyd. A harmonia lembra muito a de Breath/in The Air da banda de rock progressivo e se destaca do resto do disco.
I see Houses e Valium Skies seguem mais para um formato radiofônico, mais próximo da fórmula de Bittersweet Simphony.
Já Noise Epic e Columbo trabalham com arranjos bem mais anos 90. Algo entre os Pixies e o Pavement só que com guitarras mais barulhentas e sem perder a identidade do Verve.
Fechando o disco tem a progressiva Appalachian Springs, mais uma balada muito bonita. As guitarras e as cordas adicionais estão muito trabalhadas mas sem os exageros cometidos pela banda em algumas músicas dos álbuns anteriores.
Forth é fruto de muita dedicação e de um trabalho mais do que cuidadoso por parte da banda e dos produtores. Nele o Verve soa como sempre soou. E era justamente isso que os fãs queriam.