(Foto: divulgação) Soul Asylum

Em meados dos anos noventa, era comum ligar na MTV e assistir aos clipes de Runaway Train e Somebody to Shove, os maiores hits da banda norte-americana Soul Asylum. As duas canções tornaram o grupo conhecido mundialmente e o inseriram dentro do movimento grunge. Mas, a banda liderada pelo vocalista Dave Pirner não era novata na época. Já tinha uma década de estrada no underground e serviu de inspiração para nomes como Nirvana e Pearl Jam.

Em entrevista ao Virgula, Dave Pirner relembra por telefone o início da carreira, em 1984, época pré-grunge: “Muitas bandas estavam começando naquela época. Me lembro de termos tocado em um pequeno coffee shop em Seattle com o Soundgarden bem no início da carreira. Nesse show tinha vários caras de bandas da cidade nos assistindo”. 

De voz rouca como se tivesse acabado de acordar, ou fumado cigarro a vida toda, ele continua a conversa em tom nostálgico: “Nós assistimos a evolução do punk, que foi do Sex Pistols à segunda leva do estilo com Black Flag e Dead Kennedys. Costumo dizer que fomos uma transição entre o Dead Kennedys e o Nirvana. Depois começamos a inserir a música folk e continuamos assim”.

Ainda no assunto do passado, Dave sente falta da atitude dos garotos punks: “Nós tínhamos a mente aberta e éramos revolucionários, progressistas. Você sabe, não tínhamos muito dinheiro, mas fazíamos as coisas acontecerem. Como músicos, ajudávamos uns aos outros e as bandas faziam turnês ao redor dos EUA com muito pouco no bolso. Era tudo mais simples. Hoje as coisas são totalmente diferentes”.

Prestes a tocar no Brasil, Dave comenta sobre o show único que o Soul Asylum fará no país neste domingo, 2 de dezembro, no Tropical Butantã, em São Paulo, em evento da Powerline. O grupo tocará ao lado das garotas do L7 e das bandas brasileiras Pin Ups e Deb and The Mentals.

“Eu sou fã do L7 e fiquei muito feliz que elas estão de volta”, diz ele.“Estou empolgado em compartilhar o espaço com elas no show de São Paulo e também muito agradecido pela oportunidade. Acho que teremos um ótimo momento juntos”.

Pela terceira vez no país, o vocalista também tece elogios quando o assunto é América do Sul: “Das vezes que estive no Brasil, sempre tive momentos maravilhosos. Você sabe, comida incrível, público empolgado…Uma das coisas que mais me marcou foi quando tocamos com o INXS e foi muito divertido. Os caras da banda foram incríveis. Sei que desta vez será uma ótima experiência novamente”. 

(Foto: Jenn D Photography) Soul Asylum

Sobre o futuro, Dave conta que um álbum novo pode nascer em breve: “Já temos algumas músicas gravadas e está sendo interessante pois temos usado bastante violões. Estamos descobrindo uma nova sonoridade com esta banda. Estamos muito fortes e entrosados. Quando estamos no estúdio, as ideias aparecem na minha cabeça e rapidamente gravamos as músicas. É uma coisa espontânea e realmente nova”. 

Será que músicas inéditas estarão no show de São Paulo? Dave responde: “Talvez toquemos algumas pela primeira vez. Vamos ver”.

SERVIÇO:

L7 e Soul Asylum em São Paulo 

Data: 2 de dezembro de 2018
Horário: 18 horas
Local: Tropical Butantã – Avenida Valdemar Ferreira, 93 – Butantã
Ingressos: www.clubedoingresso.com
Censura: 16 anos

Veja também: ‘Artistas dos anos 90 que continuam na ativa’: 

Artistas dos anos 90 que continuam na ativa

Eddie Vedder é um dos maiores representantes da geração noventa. Ele e sua banda seguem na estrada e servem de exemplo duradouro para muitos outros artistas.
Eddie Vedder é um dos maiores representantes da geração noventa. Ele e sua banda seguem na estrada e servem de exemplo duradouro para muitos outros artistas.
Créditos: Divulgação

int(1)

'Fomos uma transição entre Dead Kennedys e Nirvana', diz vocalista do Soul Asylum