Filha de letrista do compositor, cantor e letrista José Miguel WisnikMarina Wisnik trilha seu próprio caminho dentro do que chama de uma cena “múltipla”. “Gosto de nomes como: Rodrigo Amarante, Thiago Pethit, Marcelo Jeneci, Phillip Long. E nomes consagrados mas atuais porque produzindo e muito bem como: Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Racionais”, afirma, em entrevista ao Virgula Música.

Conheça Marina Wisnik

Dos internacionais, Marina cita Devendra Banhart, Beirut, CocoRosie, Lorde e Gotye. Ela diz que sua geração, em comparação com a do pai, “está se relacionando mais com a música de fora, tendo-a mais como referência por conta de todo o processo de globalização”.

Nesta terça, no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação, ela lança seu segundo álbum que se chama Vás e produzido por Alexandre Fontanetti (co-produtor de Bossa´n Roll, de Rita Lee), com assídua participação de Marcelo Jeneci, que produziu o primeiro álbum de Marina, em 2012. O expoente da MPB indie participa do show.  

Sente-se parte de numa cena? De que outros nomes da música atual você gosta?

Acho que a cena é múltipla, cada vez mais plural. Os antigos contornos que conseguíamos fazer delimitando cenas específicas vêm se tornando mais difusos devido à maneira como a comunicação se dá. Vejo espaço para muita gente e cada um selecionando aquilo que gosta sem formar nichos propriamente definidos. Dentro disso, gosto de nomes como: Rodrigo Amarante,Thiago Pethit, Jeneci, Phillip Long. E nomes consagrados mas atuais porque produzindo e muito bem como: Caetano, Arnaldo Antunes, Racionais.

E da música mundial?

Devendra, Beirut, CocoRosie, Lorde, Gotye.

Que diferenças e semelhanças mais marcantes poderia destacar entre a geração do seu pai?

A geração do meu pai tem uma preocupação maior com as letras no que se refere à intertextualidade. O que as letras dizem? Como se relacionam com o nosso patrimônio literário e musical? De que maneira acrescentam à nossa cultura? A minha geração está mais preocupada em se expressar individualmente, falando o que sente. Está também se relacionando mais com a música de fora, tendo-a mais como referência por conta de todo o processo de globalização.

De que maneira ter feito teatro no Oficina, e ter se formada em letras te ajudou a se posicionar como cantora e compositora?

A grande contribuição de ter passado pelo Teatro Oficina foi a maneira de enxergar o mundo. O Zé Celso vê grande. Essa referência contribuiu para o meu posicionamento como artista e como pessoa. Já ter feito letras me ajudou a ter um olhar para a música também como texto, querendo chegar com as canções em resultados que se relacionassem com poesia e com as significações múltiplas que a poesia pode gerar. Isso se aprofundou nesse segundo disco.

Em que esse novo trabalho seu se difere do anterior, quais são suas ambições com ele?

Esse trabalho apresenta as músicas mais nuas, com menos instrumentos e mais diversas no que se refere ao estilo de cada uma delas ao longo do disco. O álbum têm letras mais ousadas do que o primeiro no sentido de poéticas, enigmáticas e passíveis de interpretação. Continuo fazendo diversas melodias simples e diretas só que combinadas com letras não tanto. Gosto dessa mistura. Minhas ambições estiveram mais focadas na realização em si desse disco, no amadurecimento do meu processo e aprofundamento da minha linguagem. Agora é colocar no mundo e seguir com os shows.

SERVIÇO

Marina Wisnik lança Vás, com participação de Marcelo Jeneci.
 Terça (13), às 21h, no Teatro Anchieta; SESC Consolação.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos.
Ingressos: R$ 4,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$ 10,00 (usuário matriculado no Sesc e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$ 20,00 (inteira).
SESC Consolação: Rua Dr. Vila Nova, 245.
Telefone para informações: (11) 3234-3000.


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