Apresentando artistas locais e do mundo todo em pleno horário de pico, a 3ª edição do Festival Internacional de Músicos de Metrô, iniciada na última terça-feira, encerrará suas atividades nas estações cariocas nesta sexta, mas ainda há muito o que aproveitar.
Isso porque, após quatro dias de atuações nas estações de metrô – Pavuna, Uruguai, Central, Carioca, Siqueira Campos e General Osório -, o festival migra para a casa Parada da Lapa, onde todos os músicos se reúnem no sábado para o chamado “Grand Finale”, que começa a partir das 19h (abertura dos portões às 17h).
Reconhecido como Red Bull Sounderground, o festival ocupa o metrô do Rio, que conta com mais de 600 mil usuários por dia, com um inspirador time de “buskers” – artistas de rua que vivem de seu talento e que estão presentes nas principais metrópoles, como Nova York, Paris, Seul, Montreal e Londres, entre outras.
Neste caso, a principal proposta do festival é implementar e desenvolver essa cultura no Rio, onde ainda não é muito habitual ver artistas se apresentado nas estações de metrô.
Segundo os organizadores, a rua traz mais liberdade criativa aos músicos, assim como a ausência de uma orientação faz com que os mesmos não sucumbam às regras do mercado, e, por isso, essas apresentações se mostram muito mais autênticas, originais e interessantes.
Com uma programação que vai desde rock até sons regionais africanos, sem deixar de lado o tango e os ritmos folclóricos russos, o festival oferece aos usuários de metrô uma alternativa muito atrativa aos espetáculos tradicionais.
Esta mistura de estilo e instrumentos inusitados traz uma relevância ainda maior ao evento, que se destaca justamente por priorizar inovações rítmicas e culturas completamente diferentes.
Anatol, um acordeonista moldávio residente em Barcelona, é um dos artistas presentes no festival. Este jovem músico europeu já participou da edição passada do festival, realizada em São Paulo, e volta ao evento como uma proposta musical mais inusitada.
Professor de acordeom e intérprete andarilho, Anatol não abandona o transporte público como palco de seus shows, já que continua tocando nesses espaços para “não perder sua relação com o metrô”.
“Tocar aqui é uma outra maneira de fazer música. Além disso, é uma ótima maneira de expor meu trabalho. Muita gente não sabe onde te encontrar e esta é uma vitrine do que faz, uma forma de divulgar seu trabalho de modo mais direto”, explicou.
Em relação à recepção desta iniciativa por parte dos cariocas, o acordeonista, para quem “a música é alegria e uma diversão”, afirma que estes pequenos shows supõem um estimulo a mais para os usuários optarem pelo metrô.