Banda Fall Out Boy faz show em SP
Com algumas frases em português na ponta da língua, o Fall Out Boy entregou um show cheio de dedicação e energia nesta quarta (21) em São Paulo. A banda, que deu as atividades por encerradas em 2008 e voltou no ano passado com o álbum Save Rock and Roll no ano passado, equilibrou clássicos da fase em que ela era o nome definitivo do vício adolescente e os hits de sua nova fase. A banda mostrou que conseguiu manter muita gente interessada no que eles estão fazendo agora — e não só no que fizeram na década passada.
O que deve ser destacado ao se falar de Fall Out Boy é que a banda conseguiu executar um retorno bem sucedido com maestria. Guiado pelo single My Songs Know What You Did In The Dark (Light ‘Em Up), eles escaparam do perigoso abismo que condena bandas que passaram por um longo hiato a sobreviverem de hinos de décadas passadas. O público presente no Citibank Hall não era formado apenas por aqueles órfãos da era Dance, Dance que chegaram a acreditar que nunca mais veriam a banda reunida quando os projetos solo dos integrantes da banda começaram a aparecer. Jovens de todas as idades estavam na plateia, com as músicas de Take This To Your Grave (2003) cantadas com a mesma intensidade que as de Save Rock and Roll (2013).
Eles entraram no palco encapuzados e deram início ao show com a faixa The Phoenix, que abre o mais recente álbum da banda. Sem a franja do auge da moda emo, o baixista Pete Wentz foi o que mais interagiu com o público, dando as deixas para as músicas e andando por todos os lados pelo palco. Patrick Stump provavelmente não teria deixado por menos, se não ficasse limitado à beira do pedestal que segurava o seu microfone enquanto ele cantava e cuidava da guitarra principal da banda. Bem dividido, o show teve um momento de “acampamento”, como disse Pete: ele, Patrick e Ryland Blackinton (do Cobra Starship — o guitarrista Joe Trohman não estava no show porque acabou de ter um bebê), sentados, tocaram versões acústicas de I’m Like A Lawyer with the Way I’m Always Trying to Get You Off (Me + You), do álbum Infinity on High, e de Grand Theft Autumn / Where Is Your Boy, do primeiro trabalho da banda, Take This To Your Grave.
O cover da música de Michael Jackson, Beat It, que a banda gravou em 2007 com a participação de John Mayer na guitarra, também marcou presença no show, apesar de não ter surtido grande efeito no público. Mas surpreendente mesmo foi o medley que eles fizeram com músicas do Sepultura — Pete, que mostrou que poderia perfeitamente fazer parte de uma banda de metal com seus rugidos ao cuidar dos vocais da homenagem, contou que eles tinham decidido incluí-lo no setlist na noite anterior, no hotel em que estavam hospedados. Talvez algo um pouco indigesto para o público presente no show, mas que não hesitou nem por um segundo às ordens do vocalista de gritar e erguer as mãos.
No palco, o Fall Out Boy lembrou que esteve no Brasil pela última vez há oito anos, e prometeu que desta vez demorará menos para voltar. “Estamos felizes de estar aqui de novo, de ver rostos conhecidos e rostos novos”, disse Pete. “É bom vir de tão longe e ver que os nossos fãs e amigos são tão estranhos quanto nós”, ele completou antes de Pat começar a tocar teclado e dar voz à faixa Save Rock and Roll (que na sua versão de estúdio conta com a participação de ninguém mais ninguém menos do que Elton John). Pela qualidade do show e do trabalho da banda, não será surpreendente se eles virem os mesmos rostos que estavam no público nesta quarta na sua próxima visita ao Brasil — e nem se conseguirem muitos rostos novos.