Todo mundo sabe do poder dançante da música brasileira. São raros, porém, os projetos de música eletrônica nacionais que dialogam com o balanço e as harmonias do brazilian boogie, coisa que Phillip A. e Rodrigo Gorky, do Fatnotronic, fazem muito bem. É impressionante química de Phillip, do Killer on The Dancefloor, e Gorky, do Bonde do Rolê, que rapidamente se tornaram expoentes da space disco brasileira.
Em agosto do ano passado, eles lançaram Onda, reconstrução do mestre da black brasileira Cassiano. A parceria com a dupla Poolside, da Califórnia, saiu pelo selo Chit Chat Records, também da Califa. Depois disso, eles passaram a ficar conhecidos mundialmente. Em entrevista recente, Fatboy Slim citou a faixa Margarida, da dupla, no top 5 das músicas favoritas que influenciam a sua vida.
Os rapazes que se apresentam no segundo dia do Lollapalooza promete começar a subir a maré da sua vibe oceânica espacial para além do underground. Como Oswald de Andrade previu, as massas já estão comendo o biscoito fino que a música eletrônica brasileira fabrica.
Qual é o set-up do Fatnotronic ao vivo?
Phillip – Nosso set-up pode variar bastante, mas para o Lolla estamos preparando um show exclusivo estamos preparando junto com o VJ Robson, um material para o telão com bastante tropicalismo e psicodelia, fora isso estamos fazendo algumas surpresas para o set.
O que você pode adiantar sobre a apresentação do Lolla?
Gorky – Muito boogie brasileiro, muita disco farofa, tudo editado e desconstruído por nós.
Que outros nomes da música eletrônica atual mais gosta e indica?
Gorky – Gosto muito do trabalho do The Rephlex, que pega os stems originais (os arquivos brutos), não adiciona nada nas musicas e as transforma de um jeito incrível e original!
Phillip – Eu tenho gostado muito da turma da Crew Love que tem artistas como Soul Clap e dos nossos amigos da Chit Chat Records de Los Angeles, tenho curtido músicas devagar e sloppy.
O Fatnotronic tem uma preocupação de resgatar a discoteca brasileira dos anos 70 e 80, o brazilian boogie, em que aspectos esse som se mantém atual e único?
Gorky – Música pra dançar é atemporal – pode até ficar datada – mas se o objetivo é dançar, até se você tocar o disco do Jive Bunny vai ter gente dançando loucamente por aí. O que atrai a gente pra disco e boogie brasileira é o fato de ter tanta coisa escondida e tanta coisa boa pra ser ouvida que acaba ficando as moscas.
Phillip – O principal de mexer nessas músicas é nãodeixar com cara de remix e também gostamos de deixar todas elas com uma cara espacial usando muito space echo para chegar aonde queremos.
O potencial da música brasileira para a pista de dança é menosprezado?
Gorky – Com certeza! Mas acredito que esteja passando um pouco, as pessoas estão vendo com novos olhos aquilo que já foi feito por aqui.
Phillip – É sim, mas estamos mudando isso. Hoje em dia o povo já entende um som mais brasileiro.
SERVIÇO LOLLA BRASIL
28 e 29 de março
Line-up completo:
Sábado: Jack White, Robert Plant, Skrillex, Kasabian, Bastille, Alt-J, Major Lazer, Marina & The Diamonds, Kongos, Fitz & The Tantrums, St. Vincent, Dillon Francis, Kodaline, Banda do Mar, Ritmo Machine, DJ Snake, Boogarins, Bula, Vintage Culture, Baleia, Nem Liminha Ouviu, Anna e E-cologik versus Jakko
Domingo: Pharrell Williams, Calvin Harris, The Smashing Pumpkins, Foster The People, Interpol, Steve Aoki, The Kooks, The Chainsmokers, Rudimental, Three Days Grace, Young The Giant, Pitty, Molotov, Carnage, Childish Gambino, O Terno, Mombojó, Far From Alaska, Victor Ruiz e Any Mello, Big Gigantic, Fatnotronic, Chemical Surf, Scalene
Autódromo de Interlagos, avenida Senador Teotônio Vilela, 261, Interlagos
Preços: R$ 340 (inteira, 1 dia) e R$ 660 (inteira, 2 dias)
Mais informações no site oficial do Lollapalooza Br