No dia 22 de novembro comemora-se o Dia da Música. Pensando nisso, o Virgula-Música decidiu deixar as bandas e estrelas do showbusiness de lado e saber um pouco mais da profissão de roadie. É, aquele cara que prepara tudo antes do show começar e que raramente mostra a cara.

Se antes os próprios músicos preparavam seus próprios instrumentos para as performances ao vivo, a partir dos anos 60, 70, não dá para não pensar o que seria dos shows sem os roadies.

Na profissão desde 2003, o músico Felipe Romano (foto) é roadie da cantora Paula Lima, mas já trabalhou com outros artistas como o Ira!, na gravação do Acústico MTV. Ao Virgula-Música ele diz que por sorte, só encontrou artistas bacanas em seu caminho. “O showbusiness tem artistas que nem sempre são bacanas. Tive sorte de trabalhar com artistas que gostam de mim, não são malas ou muito exigentes. Na gravação do acústico ganhei até um apelido, o de Mini”, conta Felipe.

Para ser roadie, ele lista alguns requisitos básicos como “saber tocar, afinar instrumentos, timbrar, saber o que o músico gosta e o que ele quer. Tem que fazer todo o trabalho mais técnico”, explica ele, “mas tem um monte de roadie que não toca nada”, completa. O outro requisito para ser roadie é simples. Gostar de usar roupa preta, necessária para que ele não apareça no show.

Professor de música, Felipe diz que aprendeu muito com os músicos com quem trabalha. “O melhor da profissão é poder viajar, conhecer outros lugares e observar as diferenças entre os músicos, ver como eles trabalham”. Pra variar ele também tem uma banda, que tem alguns roadies, tocando. “A maioria dos roadies que eu conheço tem uma banda. Eu tenho duas, a Vertical e um grupo de percussão chamado Eiloa”, diz.

André Martins é uma das exceções. É roadie, mas não tem banda. Apenas se dedica a uma, o Rádio Táxi. A profissão de roadie, exercida há 10 anos, é apenas mais uma na aérea musical. Ele também trabalha auxilia bandas que tocam em barzinhos como técnico de som, além de ser operador de áudio em uma escola de música. “Sempre trabalhei com música. O trabalho como roadie começou com uma curiosidade sobre o que acontecia por trás dos shows, as técnicas”, diz André.

A relação com a banda é das melhores, o que para ele, é um dos segredos para um bom trabalho. “Tem que trabalhar com pessoas boas. O Rádio Táxi é como uma família, os caras são muito humildes. Mesmo em hotel não tem essa de eles ficarem em quartos melhores, nada disso. Nunca tive nenhum problema. O segredo de um bom trabalho é todo mundo trabalhar bem junto”, finaliza ele.


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Exclusivo: No dia da música, o parabéns vai para os roadies