Se teve uma onda que bateu forte no mundo da música nos últimos tempos é o streaming. A nuvem dominou mesmo o jogo e as plataformas como Spotify, Deezer, Rdio e agora o Tidal do poderoso Jay Z, estão dando as cartas.
Nesta quinta (28), em, que o Spotify, criado na Suécia e hoje uma febre mundial, completa um ano no Brasil, nós conversamos com o cara que faz as playlists, Bruno Telloli. O cara ocupa o posto de programador de produto & design para Brasil, América Latina e Portugal. “Meu chefe deixa eu ouvir música o dia todo”, resume o rapaz, sobre o motivo de seu trampo ser tão invejado. Se liga na ideia que trocamos com Bruno, que dá boas dicas para quem pensa em um dia trabalhar com isso, a principal delas se aventurar a descobrir coisas novas. “Por mais que você não seja fã de um determinado gênero, (precisa) conseguir ver que a música é boa e tem potencial”, afirma.
Quais são as diferenças entre o ouvinte brasileiro e o de outros países?
Bruno – O ouvinte brasileiro gosta de artistas e músicas locais, mas é natural já que o Brasil é um país rico culturalmente, por isso procuramos divulgar da melhor maneira os lançamentos nacionais, hits e novos artistas.
Como que as mudanças anunciadas do novo Spotify, na semana passada, irão impactar a experiência do ouvinte?
Bruno – O objetivo do Spotify é ser a fonte de entretenimento principal na vida dos usuários. A experiência do ouvinte vai ficar muito mais completa com novos formatos de conteúdo e mais personalizada, com conteúdo pensado para o dia a dia de cada um, em todos os momentos.
Na sua opinião, de que maneira o streaming influenciou a experiência de ouvir música, que antes era mais ritualística e demorada e hoje é mais superficial?
Bruno – Hoje essa experiência está bem mais flexível. As pessoas conseguem unir diversas influências, artistas, faixas, além de ter acesso e conhecer uma quantidade enorme de músicas e artistas novos.
No Spotify, por exemplo, 2 bilhões de vezes por mês os usuários do Spotify descobrem um artista novo por meio de uma playlist.
Quais são os pontos que fazem seu trabalho o melhor do mundo e quais são as partes chatas dele, afinal todo trabalho deve ter suas partes chatas?
Bruno – Por incrível que pareça não tem parte chata, meu chefe deixa eu ouvir música o dia todo enquanto eu trabalho, consigo falar com vários usuários através de playlists ou novas músicas, e uma parte bacana é que você acaba virando uma espécie de influência para os usuários. Eles naturalmente esperam que o Spotify mostre algo novo ou sugira o que ele deve ouvir. É bem legal saber que muitas vezes consigo fazer parte de alguma maneira da vida dos nossos usuários e arrancar um sorriso deles.
Que dica daria para quem pretende um dia fazer esse trabalho de criar repertórios para uma plataforma?
Bruno – A primeira dica e a mais importante é deixar o gosto musical de lado e ouvir uma música e artista, e por mais que você não seja fã de um determinado gênero, conseguir ver que a música é boa e tem potencial. Outra dica é ficar antenado o que está rolando no mundo da música, ouvir coisas novas, pesquisar, ler, frequentar alguns shows e muitas vezes pensar e se colocar como usuário do Spotify.
Ouça playlist do Virgula no Spotify: