O Duo carioca Nu Azeite, formado por Bernardo Campos e Fabio Santana, lançam seu primeiro álbum com referências das músicas setentistas e oitentistas brasileiras.
Após o sucesso dos dois primeiros singles “Vem com noix” e “Você me Deixa Louca”, reconhecidos pela BBC Radio, Horse Music Disco e Fatnotronic a dupla lança o álbum “Nu Azeite” composto por 7 faixas que vão te transportar para os cenários mais ensolarados e dançantes que você pode imaginar.
A parceria começou a partir de um booking fracassado em um cruzeiro para Fernando de Noronha, que no final não aconteceu, mas juntou Bernardo e Fabio e resultou na criação do projeto. Segundo Bernardo, o álbum surgiu da vontade dos dois de produzir algo original na onda de Boogie, Disco-Funk brasileiro e música eletrônica moderna.
Ficam claras as influências da Disco Music e do Boogie brasileiro dos anos 80 e 70, e da House Music, descendente dos ritmos setentistas e oitentistas. Nomes como Tim Maia, Lincoln Olivetti são referências. Além dos nomes atuais da pista como Todd Terje e Koze.
O álbum foi lançado pela Cocada Music, braço latino-americado do selo alemão Get Physical, referência nas pistas desde 2002.
Sobre o Nu Azeite
Fabio Santana é músico experiente e já tocou teclado com grandes nomes da MPB como Elza Soares, João Bosco, Lenine e Marcos Valle. Além disso, é dono do estúdio Nave. Bernardo Campos é residente da festa Rara, uma das principais festas de música eletrônica do Rio de Janeiro, e sempre está dividindo cabine com importantes nomes da cena como Laurent Garnier, Derrick May, Detroit Swindle, Miss Kittin, entre outros.
O interesse em comum por Disco-funk, Brazilian Grooves, Boogie e House resultou no projeto alto astral e perfeito para dias de verão. “Nu Azeite” foi mixado e masterizado por Pedro Tie.
A seguir, você confere a entrevista com Bernardo Campos, uma das metades do Nu Azeite, para o Vírgula.
Vírgula: Conta um pouco de como começou sua relação com a música.
Bernardo Campos: Para mim foi escutando música em casa com meus pais. Eles ouviam muita coisa que eu gosto até hoje como Pink Floyd, Beatles, Rolling Stones, essas coisas de rock clássicas. A única música brasileira que eu tenho recordação de ouvir dessa época era um disco do Guilherme Arantes que meu pai adorava.
V: Como aconteceu o encontro do Nu Azeite com a Cocada Music?
BC: Foi pelo Léo [Leonardo Janeiro, DJ e produtor musical]. Ele foi uma das primeiras pessoas para quem eu mostrei nosso trampo. Ele adorou e acabou mandando pro Roland e pra turma da Get Physical. Nessa época eu não tinha a menor ideia de que o Roland amava música brasileira, então foi uma troca muito legal com eles.
V: O Nu Azeite tem influências das músicas oitentistas e setentistas como a Disco Music, mas também tem uma influência contemporânea do House. Além da influência do Samba que podemos perceber na faixa “Palmeira”. Como foi o processo para misturar essas referências e chegar no resultado final do álbum?
BC: Bem natural eu diria. Quando você produz rola um misto de influências, vivências e estados de espírito que estão dentro de você e que acabam se traduzindo para música. Como a gente ama os estilos que você citou e se inspira neles, acabou saindo essa mistura que virou o Nu Azeite.
V: Como aconteceu a ideia do feat com a Bia Barros na faixa “Me Deixa Louca”?
BC: A Bia é minha ex-namorada. Eu sempre faço letras e vocais mas o timbre do vocal feminino cai muito melhor em algumas músicas, certo dia eu tava fazendo um som e olhei pra ela e falei “chega aqui que eu tive uma ideia”. Ela nunca tinha cantado na vida, sem querer eu descobri um mega talento. O legal dessa letra é que eu escrevi pensando nela, então teve um sentido ainda mais especial quando foi eternizada na voz da Bia.
V: O Boogie e Disco-Funk estão muito presentes no álbum. Qual o seu álbum favorito desse gênero musical e por quê?
BC: Sandra de Sá- Vale Tudo. Não tem uma música média nesse álbum, todas são fantásticas. Representa bem essa onda Boogie, Disco-Funk que o Brasil cravou tão bem nos anos 70 e 80. Também é muito Rio de Janeiro o som do álbum, “Trem da Central” com certeza está no top 10 das músicas mais cariocas já produzidas.
V: As músicas do Nu Azeite conseguem nos levar para um cenário de verão, praia ou algum rooftop noturno. Qual é o lugar, ou cenário, que vocês estão mais ansiosos para tocar as faixas?
BC: Nossa, essa é difícil. Eu acho que numa praia, se possível na Bahia no entardecer. Que sonho!