Pode até ser clichê dizer que Dave Lombardo, ex-baterista do Slayer, faz chover sangue. Afinal, quem não se lembra do início da música Raining Blood, em que batidas evocavam trovões e anunciavam o caos sonoro que estaria por vir? Ou seja, Lombardo, o rei do bumbo duplo (e 100% referência entre os bateristas de metal – é o ídolo dos nossos ídolos) foi um dos responsáveis por moldar o som matador da banda de Tom Araya e Kerry King. Mas, para ele a vida segue e agora ataca com uma nova banda: o PHILM (sim, tudo escrito em caixa alta mesmo), que chega ao Brasil em fevereiro para alguns shows.
Acompanhado por Gerry Nestler (vocais e guitarra) e Pancho Tomaselli (baixo), Lombardo tocará com seu power trio from hell como uma das atrações internacionais do Motorcycle Rock Cruise, e também em apresentação única, dia 8, no Manifesto Bar, em São Paulo.
Para saber como será essa vinda do músico, o Virgula Música ligou na casa do baterista para falar da nova banda, samba e até sobre Slayer (assunto que ele evita). Baseado em seu som, esperávamos encontrar um cara de voz grossa, bravo e cheio de ódio na fala, mas não, Dave é gente como a gente; calmo, bastante receptivo e educado. E pelo visto, adora o Brasil.
Virgula Música: Como você se sente estando em uma nova banda?
Dave Lombardo: Em 2010, quando eu ainda estava no Slayer, eu comecei a trabalhar com PHILM, tocando algumas músicas. Mas agora, devido ao ponto em que me encontro em minha vida, estou excitado por torná-la a minha banda principal. Pois são novos amigos, novas ideias, onde tudo é novo. É um monte de possibilidades.
Você também escreve as músicas, ou fica só com a parte da bateria?
Não. Meu foco principal é a bateria, mas temos um processo de compôr todas as músicas juntos. Me envolvo pouco na parte das letras, e deixo mais para o Gerry fazê-las, o que acaba influenciando a todos nós.
No Brasil, vocês vão tocar em um cruzeiro. É a sua primeira vez em um barco como baterista?
Sim! É a minha primeira vez. Nunca toquei bateria dentro de um barco e imagino que será muito divertido. Eu imagino que esses shows no Brasil, principalmente o do cruzeiro, será como férias pra mim. Estou muito animado com essa ideia.
Você é conhecido mundialmente como um baterista de heavy metal. Quando está em casa, você ouve metal também, ou varia com outros estilos?
Eu ouço muitos estilos diferentes de música em casa. Minha coleção particular de discos envolve muitos gêneros diferentes. No momento ando ouvindo muita música de vanguarda, blues, afrobeat, música cubana, jazz, clássicos, algumas coisas modernas, e amo trilha sonora de filmes.
E música brasileira?
Claro! Samba me agrada bastante. Na minha última passagem pelo Brasil, achei muito interessante o tipo de música criada na Bahia e Salvador. Eu amo o ritmo que o brasileiro tem.
O que você acha da nova geração de bateristas de metal, como Eloy Casagrande, do Sepultura?
Eu conheço ele, e acho o trabalho dele realmente muito bom. Os jovens bateristas são muito criativos e têm ideias brilhantes, tecnicamente falando. Eles aprendem comigo e eu aprendo com eles (risos).
Aliás, você participou da música Obsessed, do último álbum do Sepultura. Como rolou isso?
Foi uma grande experiência pra mim. Eu estava andando e resolvi passar no estúdio do Ross Robinson (produtor que estava gravando o disco do Sepultura) para dizer ‘oi’ apenas, e ele perguntou: ‘Você quer tocar bateria?’, e eu respondi que sim. Então, quando entrei no estúdio, os caras do Sepultura estavam lá, e foi uma boa surpresa pra mim, pois já os conhecia. Foi quando conheci Eloy. Daí toquei com eles.
O Sepultura também estará no cruzeiro. Será que não rola uma jam?
Talvez! É uma boa ideia.
Recentemente ouvimos boatos que você poderia ingressar como integrante do Megadeth. O quanto disso é verdade ou mentira?
(Risos) Bom, eu não ouvi nada diretamente dos caras do Megadeth.Eles não me falaram nada sobre isso. É uma história criada pela imprensa. Não é verdade.
Sei que você não gosta de falar muito sobre o Slayer. Mas, se fosse para você escolher uma única palavra que defina seu tempo na banda, qual seria?
Que pergunta difícil! Pode ser até três palavras? Mudança de vida e maravilhoso. É isso!
SERVIÇO:
Show: PHILM (Dave Lombardo)
Quando: 08 de fevereiro – domingo
Onde: Manifesto Bar – Rua Iguatemi, 36, Itaim Bibi, São Paulo
Quanto: Pista 1º Lote (meia-entrada) R$ 80,00 – 2º Lote (meia-entrada) R$ 100.00 – 3º Lote (meia-entrada) R$ 120.00 – Camarote (preço único) R$ 160.00
Descrição dos setores: Pista: em pé, piso térreo. – Camarote: em pé e sentados, piso superior, ambiente privativo, apoio de bebidas
Vendas Online: https://ticketbrasil.com.br/show/2699-philm-sp/
Pontos de venda: Bilheteria do Manifesto Bar – Die Hard Records (Galeria do Rock)