“What do you want from me? When I just wanna restart”, Sam Smith contesta em seu novo single, Restart, que ganhou um clipe nesta segunda (29). A faixa com ares oitentistas provavelmente estará no top 10 da Billboard Hot 100 já já, acompanhando Money On My Mind, Not The Only One e Stay With Me. Ainda que Sam Smith não seja exatamente o nome mais marcante do mundo, a gente tem uma boa dose de certeza de que a voz dele você reconhece em qualquer lugar.
Veja o clipe de Restart
E não é à toa. O inglês Sam Smith estuda canto desde os 8 anos de idade. Um dia, ele estava cantando no carro com os pais, que perceberam que ali havia talento bruto e colocaram o garotinho para estudar com uma cantora de jazz. “Assim que eu percebi que era bom nisso [cantar]”, disse Sam para a T Magazine, “eu corri com ela [a música] e não parei desde então”. “Havia uma estufa na minha casa, uma plataforma na nossa cozinha”, ele lembrou em conversa com a Interview Magazine. “Eu a usava como palco. Toda noite depois da escola eu cantava as músicas que amava. Minha mãe estava tentando cozinhar eu eu fingia estar na Arena O2”.
Aos 13 anos ele já tinha seu próprio agente, mas o seu caminho até se estabelecer como cantor teve algumas curvas “Eu sempre soube que queria ser do entretenimento e cantar, mas eu passei por fazes. Primeiro, queria jazz. Então comecei a fazer musicais e me apaixonei por isso […]. Por volta dos 15, eu decidi deixar os musicais para trás e colocar todos os meus esforços na música pop”, ele contou para a mesma publicação.
Sam Smith vem sendo comparado com uma conterrânea também capaz de colocar todo o seu coração na voz: “Eu quero dizer que meu amigo Sam Smith vai ser como uma Adele masculino”, Katy Perry tweetou em maio deste ano. Ainda que ele não se sinta identificado com a autora de Someone Like You, o inglês já disse mais de uma vez que ele apenas ouve cantoras mulheres: “Tudo que eu sei é que as vozes femininas me fazem sentir. Vozes masculinas simplesmente não conseguem acertar aquele ponto”, ele explicou para o Boston Globe.
O nome do cantor surgiu como participações em duas músicas de outros artistas: La La La, de Naughty Boy, e a super hypada Latch, com o Disclosure. “Eu não tinha ideia — eu não tinha ideia de quem eles eram”, Sam admitiu para o australiano News. Sam saiu de sua pequena cidade natal, Bishop’s Stortford, rumo à Londres quando tinha 18 anos e lá começou a trabalhar como barman. Foi aí que ele conheceu Jimmy Napes, com quem escreveu Lay Me Down, primeiro single de seu primeiro álbum, The Lonely Hour. Napes foi o responsável pela conexão de Sam com os irmãos do duo eletrônico.
Sua equipe o encorajou a fazer uma sessão com o duo, mas Smtih disse que a sua única ambição com o trabalho era “adicioná-lo ao currículo”. “Ninguém sabia quem eu era, então achei natural colocar os dedos do pé na piscina da indústria [musical] antes de dar um mergulho completo”, ele explicou para o Boston Globe. Mal sabia o que lhe esperava, né?
Como a primeira incursão de Sam Smith para o público foi com o eletrônico do Disclosure, pode tomar um choque quem ouvir o seu primeiro álbum, The Lonely Hour, e encontrar o soul emocional que o percorre. Ainda que o mundo das grandes vozes tenha sido onde ele se criou, o cantor não quer se prender a gêneros. “Em todos os aspectos da vida, nós amamos etiquetar as coisas”, ele defendeu para o mesmo jornal. “Mas a verdade é que um dia talvez eu queira cantar uma música que soe como o Slipknot. Eu não sei ao certo, mas se eu algum dia quiser, é isso que eu vou fazer”.
Se em relação a melodias Sam Smith não quer nenhuma amarra, quando se trata de composição, ele tem uma declaração forte a dar: “Eu prometi a mim mesmo que a minha música será um documentário da minha vida, então o que quer que aconteça agora, será registrado”, ele falou em entrevista para o Gigwise. “O que é realmente importante pra mim é sair e me divertir e cometer erros, porque é isso que faz uma boa música. Fazer coisas” explicou para a Interview Magazine. “É sobre isso que eu posso escrever”.
In The Lonely Hour trata, basicamente, de um relacionamento que deu errado logo no início, antes mesmo de se transformar em algo sério. “Meu disco se foca muito em amor não correspondido porque eu não acho que se fale o suficiente sobre isso na música. Eu passei por isso eu mesmo e achei muito difícil encontrar músicas que eram sobre isso”, ele confessou para a mesma publicação. “Então eu decididamente tentei fazer disso parte do meu álbum. Eu fazia uma música no estúdio que explicaria tudo pelo que eu passei tão perfeitamente que quando eu fosse para a casa e me sentisse mal, eu poderia ouvi-la para ficar melhor”.
Mas isso não quer dizer que ele se proponha a ser sempre um livro aberto: “Eu não poderia fazer isso todos os dias, ou nas entrevistas. Se eu fizesse todo dia, eu ia me matar. Eu ficaria emocional demais”, ele teorizou para a The Fader. “Por que todos os segredos não podem ser ditos na música e na arte”?