Estava na cara que a noite de 11 de setembro foi muito esperada para muitos brasileiros que iriam ao Morumbi naquela noite. Passar um dia inteiro acampado em frente ao estádio – que só teria os portões abertos às quatro da tarde – não era nada para quem queria sentir o ‘suor de Chester pingando em mim’, como confessou o adolescente Victor que disse que às 10 da manhã estaria no Morumbi.
Exatamente 12 horas depois as luzes do palco eram acesas e no meio da fumaça surgiam os 6 californianos. Mike, Chester, Joe, Rob, Phoenix e Brad foram ovacionados pelas 70 mil pessoas que lotaram o estádio paulista. Entre o público, muitos, mas muitos, adolescentes com menos de 18 anos. E muitos pais, também. Nas camisetas pretas – de praxe em shows como este – Oasis, Evanescence, além de muitos Linkin Park e Charlie Brown Jr.
O primeiro acorde foi o sinal de largada para uma hora e quinze minutos de muitos gritos, galera pulando e cantando a letra das músicas como se fosse uma reza. Mesmo quem estava lá pra curtir o show numa boa, sem folia, não conseguiu ficar parado. Pelo menos, não na pista. As milhares de pessoas que se comprimiam em frente ao palco (vale dizer que esse ’em frente ao palco’ compreendia praticamente o campo de futebol inteiro) na ânsia de se aproximar mais e mais de Mike Shinoda e companhia pulavam loucamente a cada pegada mais pesada de guitarra.
Há quem pensasse que por este ser o último show dos caras em uma turnê que se estendeu por dois anos ele iria ser, digamos, para cumprir agenda. Que nada. A banda se entregou ao público paulistano e, em certa hora, os integrantes pareciam surpresos com a quantidade de pessoas concentradas no lugar. Chester chegou a dizer que esse era o maior público do Linkin Park e que o Brasil era o número um.
Nem mesmo a – diga-se de passagem – abençoada garoa que resolveu cair no meio do show acalmou o público que fervia de empolgação. A relativa calmaria só veio quando Mike Shinoda sentou aos teclados e introduziu “Breaking the Habit” (vale dizer que a ‘calmaria’ permanceu apenas na introdução da música).
Com certeza foi um show para ficar na memórias dos presentes no estádio. No repertório, sucessos como “In the End”, “Numb”, “Breaking the Habil”, “Somewhere I Belong”, fizeram a galera suar. Chester ganhou a simpatia do público com palavras em português como ‘Obrigado’ e ‘Boa noite’.
Na saída caótica do Morumbi, com o sangue ainda fervendo de empolgação, o jornalista Felipe comenta: ‘Lá se foi o show do ano’. Quem foi ao espetáculo dá razão a ele.