José de Holanda/Divulgação Emicida

A temporada de Emicida na África, inspiração para o rapper paulistano de 29 anos, para Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa, o deixou mais próximo da música contemporânea, no novo disco é possível perceber acenos à bass music e aos chamados afrofuturismos, de Flying Lotus, Thundercat e do lado mais artsy do hip hop.

Após navegar pelo Atlântico Negro, que une o terreiro às pistas de dança, Emicida retoma também sua relação com o samba e a MPB, com participação de Caetano Veloso, em Baiana, e Vanessa da Mata, em Passarinhos.

Ouça o disco novo do Emicida:

Algumas fórmulas que haviam dado certo no disco anterior O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui retornam, mas novidades surgem. Ele se redime da acusação das feministas de que Trepadeira é uma música machista e na faixa mais épica do disco, Mandume, a primeira a rimar é Drik Barbosa.

Na faixa, o rapper gay Rico Dalasam também chega no bonde e, claro, faz bonito. Na música assinada por Emicida, Rafael Tudesco, Drik, Dalasam, Amiri, Raphão Alaafin, Muzzike, beats e batuques chegam em ondas fortes de funk, trap e cantiga de roda.

Artista empreendedor, com o seu modelo de negócios autônomo que é o Laboratório Fantasma, Emicida chega ao segundo álbum maior que no primeiro. E se o menino que veio da favela e sentiu ainda criança o peso do racismo e da desigualdade, chegou lá, não é agora que ele vai parar. Se tem um cara que merece ser milionário, ele é o Emicida.


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Emicida vai dos afrofuturismos à MPB e samba em novo disco

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