Dave Grohl recordou, em entrevista à Rolling Stone, as últimas palavras que disse a Kurt Cobain, líder do Nirvana que se suicidou em 5 de abril de 1994. O ex-baterista do Nirvana explicou: “o encontrei no escritório do nosso contador [em Seattle]. Ele estava saindo e eu entrando. Sorriu e me perguntou ‘tudo bem?’ e eu respondi ‘depois te ligo’. Ele disse ‘ok'”.
Antes disso, o líder do Foo Fighters, tinha ligado a Cobain depois da overdose que o músico tinha sofrido em Roma, em março de 1994, durante a turnê europeia: “eu disse ‘aquilo nos deixou assustados… E não quero que você morra'”.
Falando sobre a sua relação com o cantor, Grohl diz, na mesma entrevista, “viver com o Kurt era estranho. Ele se isolava emocionalmente, mas era genuinamente querido. Nunca te fazia sentir desconfortável intencionalmente. Viver com ele naquele apartamento pequeno em Olympia, Washington, fez com que criássemos uma ligação, mas era muito diferente da relação que mantinha com o Krist [Novoselic]”.
Grohl só entrou para o Nirvana antes de a banda gravar Nevermind, o segundo álbum: “olhava para o Krist e o Kurt como almas gêmeas. Entendiam-se tão bem e nem precisavam falar. Era bonito. Aqueles dois meninos, juntos, definiram a estética do Nirvana”.
O músico acrescenta ainda que “musicalmente, a química era simples. Só tínhamos de ser nós mesmos. Entrei na banda sem nunca ter conhecido as pessoas. Muitas vezes me senti um perfeito estranho. Estava habituado a estar rodeado de pessoas que conhecia desde os 13 anos. De repente, estava vivendo em Olympia com alguém que não conhecia. Não havia sol. Tudo tinha a ver com música”.
Explicando que nunca se importou muito com o que os outros diziam sobre o seu trabalho, Grohl diz que com Cobain não acontecia o mesmo: “isso pode ter tido algo a ver com a ansiedade dele. Ele tinha medo que as pessoas da cena onde se criou não aprovassem [o sucesso dos Nirvana]”, finliza.
