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Créditos: divulgacao

Parece que o clima de paz instalado em algumas favelas do Rio de Janeiro após a chegada das UPPs, atingiu também o coração e a música do sambista Leandro Sapucahy.



O músico e produtor, conhecido por criticar a polícia e denunciar os problemas das favelas cariocas, sempre flertando com o hip hop, agora entra de cabeça numa nova sonoridade que tem como tema central o amor. Ao contrário de seus dois trabalhos anteriores, Cotidiano (2006) e Favela Brasil (2008), seu novo álbum intitulado Malandro Também Ama, é leve e alegre. 

“Eu sempre canto e tento retratar na minha música o que está ao meu redor. Minha cidade passou por uma transformação e hoje está mais alegre, mais doce. Eu acabei de ter uma filha, acho que estou em uma fase mais tranquila”, contou Leandro Sapucahy em entrevista, por telefone, ao Virgula Música.

O álbum de samba-romântico traz 14 faixas e conta com composições de Serginho Mereti, André Renato e uma participação especial do Grupo Revelação na canção Ta Mal na Moldura. “Tenho alguma facilidade para escolher repertório. Como sou produtor, estava pesquisando material para outro intérprete e acabei me identificando com algumas composições. Demorei um ano e dois meses para terminar esse trabalho, mas valeu a pena”, revela Leandro.



Renomado produtor musical, Sapucahy é o cara por trás da produção de Samba Meu, álbum que lançou Maria Rita como uma das novas vozes do samba. “No processo de produção você passa por três passos importantes. Primeiro você foca o público pra quem pretende fazer música, depois escolhe um repertório e chega a parte mais complicada: a identificação do interprete com as composições, para não ficar uma coisa forçada, artificial”, explica. 

“No caso do álbum da Maria Rita, esse processo foi mais complicado. Ela vinha de um trabalho que usava piano, contrabaixo acústico e percussão, uma coisa bem fina. Tive que achar uma nova identidade para ela, um samba na medida entre o popular e seus trabalhos anteriores. Mas sem dúvida alguma, o mais complicado foi criar essa nova identidade musical.”

Em 2011, mesmo com um álbum recém saído do forno, Leandro pretende continuar com seu trabalho de produtor. “Acabei de fazer um álbum do Arlindo Cruz e outro do Reinaldo. Esse ano ainda vou produzir o novo disco do Diogo Nogueira e o primeiro trabalho de Renato Vilares, sobrinho do Zeca Pagodinho”, conta o músico.

Além de sair em turnê de divulgação com Malandro Também Ama, o sambista também estará na Rede Globo, ao lado de Regina Casé e Arlindo Cruz, no programa Esquenta. O semanal foi concebido inicialmente para entrar na programação de férias da emissora, porém fez muito sucesso e deve ser incorporado a grade geral.

“O Esquenta foi um sucesso fora do comum. A Globo fez uma proposta para efetivar o programa, só que todo mundo que está envolvido no projeto, tanto eu, como a Regina e o Arlindo, temos uma série de coisas que ficaram paradas por conta das gravações. Nós acertamos com a emissora que vamos fazer gravar uma temporada em junho e julho, especial de São João, depois damos outra parada e mais para o final do ano, voltamos a gravar direto. Esse ano promete”, finaliza empolgado.


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