A diva Elza Soares deu uma entrevista à edição de dezembro da revista Sexy em que falou sobre temas como racismo, a morte do filho e seu novo disco A Mulher do Fim do Mundo.
Elza afirmou que percebeu a questão do racismo ainda na infância. “Desde criança. A minha mãe era lavadeira e não podia entrar pela porta principal do prédio. Ela só usava o elevador dos fundos. Até que um dia um porteiro, por maldade, falou com minha mãe que ela podia entrar no prédio. Mas ele não nos avisou que o elevador de serviço estava escangalhado. Minha mãe caiu no fosso. Eu gritei muito, fiquei desesperada, fiquei feito louca pra que tirassem minha mãe de lá. Quando tiraram, ela estava toda arranhada e ele disse: ‘Vai ter que ser esse elevador, vocês não podem usar o outro. Aquele é o elevador principal’. Ali, eu já comecei a sentir que tinha alguma coisa estranha. Não sabia que era racismo, lógico, mas já senti algo estranho”, disse.
Já ao falar da morte do filho, Gilson Soares, que morreu aos 59 anos, Elza se emocionou. “Estou ainda me segurando muito, porque tem dois meses que perdi um filho. Estou ainda suspirando bastante forte, dói muito. Mas não pude fazer nada. A música tem sido minha terapia. E eu também tive a ajuda de uma amiga muito, muito querida, a Tânia Alves (cantora e atriz), dona do spa Maria Bonita. Eu fui pra lá pra me recompor. Pra me achar, porque eu não sabia onde estava pisando.”
Em relação ao novo disco, ela reforçou sua eterna busca pelo novo, sempre buscando caminhos diferentes. “Estou muito otimista porque é um disco de inéditas. Os arranjos são muito modernos. A gente não pode ficar no mesmo lugar, né? A música é tão grande, é tão volumosa, que você não alcança nunca. Eu quero buscar, eu vou longe, eu quero saber onde que tá. Isso tem me prejudicado um bocadinho também, sabe…”, disse a diva de 85 anos.