Após abandonar a alcunha de Woodstock, o festival SWU (9-11 de outubro, em Itu) começou a dominar as conversas sobre grandes festivais brasileiros ao anunciar atrações como Kings of Leon, Pixies, Linkin Park e a badalada vinda do Rage Against The Machine.
Mas se engana quem pensa que o foco do movimento SWU é a música. Quem garante é o organizador e publicitário Eduardo Fischer, que afirmou que o festival é apenas um dos muitos elementos do SWU – e que fica em segundo plano diante do mote da sustentabilidade e da integração com o público jovem.
“O SWU não é um festival. Minha preocupação não é com as bandas, e sim com a conscientização que pretendo promover a partir de debates sobre sustentabilidade”, afirmou Fischer, que disse que a maior preocupação do jovem não é com a música, e sim com o futuro do planeta.
“O cara se interessa é se vai ter uma praia para ele poder ir amanhã. A maior preocupação dos jovens hoje é sim com a sustentabilidade, eles ficam p***s da vida se alguém joga papel no chão, por exemplo. Pensamos na história do festival porque é um tema que une todos os jovens”, explicou ele, que fez questão de deixar claro que sustentabilidade não é balela.
“É bom que todo mundo entenda que sustentabilidade não é caridade nem só ecologia, é uma questão de conscientização social. Esse é o objetivo da nossa plataforma”, completou.
ESCOLHA DAS BANDAS
Eduardo Fischer não nega que o SWU passa longe dos interesses de um grande festival, que costuma existir não só para trazer bandas muito esperadas pelo público como para apontar tendências culturais e apostar em novos artistas.
“Não temos essa responsabilidade. O festival é uma celebração do movimento, e não um lugar para apontar tendências. O festival dura só três dias, mas o SWU não vai acabar nunca”, afirmou o publicitário.
O line-up do SWU causou muitos questionamentos – afinal, o que tantas bandas diferentes, como Linkin Park, Dave Matthews Band, Sublime With Rome, Cavalera Conspiracy, Avenged Sevenfold, Pixies, Incubus e Kings of Leon, têm em comum?
“O SWU não é um festival de pop, rock, heavy metal, hip-hop ou seja lá o que for. É um festival de música, e isso que é o legal, tem para todo mundo. Se eu quiser escalar Chitãozinho & Xororó, eu posso. E é por isso que o SWU é imbatível – tem algo para todo mundo”, afirmou Eduardo Fischer sem hesitar.
Mesmo defendendo a curadoria do festival e apostando alto no sucesso da empreitada, Eduardo Fischer admitiu que existe uma falha considerável na organização dos três dias: juntar, em um mesmo dia, bandas completamente diferentes como Pixies e Linkin Park.
“Admito que não faz sentido. Mas aí não foi nossa culpa: ou as duas bandas tocam no mesmo dia ou perderíamos alguém por causa de agenda. Preferi arriscar”, admitiu Fischer.
Para o publicitário, quem critica a escalação do SWU ainda não entendeu que o clamor pelas bandas contratadas veio do próprio público. “Não sei se alguém lembra, mas antes mesmo de anunciarmos qualquer banda perguntamos no Twitter quem as pessoas queriam. As bandas mais votadas? Kings of Leon, Foo Fighters, Linkin Park, Blink 182, Pearl Jam e Rage Against The Machine. Dessas, conseguimos trazer três – e o Pearl Jam só não veio por pouco”, garantiu.
PREÇOS
Eduardo Fischer negou que os preços do festival sejam abusivos (R$ 210 pista comum e R$ 580 pista VIP para cada um dos dias). “O cara paga até R$ 600 por pista Vip no Morumbi, então como assim é caro pagar R$ 240 por dia no SWU, que é muito maior, dura três dias e ainda tem a vantagem de acontecer em um espaço comunitário como a Fazenda Maeda? As pessoas sempre vão reclamar, mesmo que eu coloque ingressos a R$ 50”, afirmou Fischer, que fez questão de garantir que as pessoas que estiverem na pista comum não serão prejudicadas.
“A pista VIP vai ser na frente do palco, obviamente, mas as pessoas podem ficar tranquilas: o espaço da Maeda é largo, então a pista vip vai ser pequena. O público da pista comum não será prejudicado, isso eu garanto”, completou.