A posição favorável de Caetano Veloso sobre a exigência de autorização para editoras publicarem biografias no Brasil está dando o que falar. Após o biografo Benjamin Moser, conhecido pelo livro que conta a história de Clarice Linspector, publicar uma – sincera – carta aberta endereçada ao cantor baiano, surgiu uma página no Facebook que promete fazer “a mais pirata e coletiva biografia não autorizada de Caetano Veloso”. A iniciativa é da editora MojoBooks.
A página, publicada nesta quarta-feira (9), já tem mais de 2,3 mil curtidas e funciona de forma colaborativa: os usuários enviam links, fotos, textos e vídeos que contam a historia de Caetano. Uma das postagens na timeline mostra o clássico vídeo da participação do cantor no programa Vox Populi, em 1978, em que rebate críticas ao disco Muito (Dentro da Estrela Azulada).
Outro link leva para uma foto de Caetano completamente nu em um ensaio para o livro Homens, da escritora Vania Toledo, editado em 1979. Além de fatos históricos sobre a carreira do músico, há também menções sobre sua vida pessoal. Um usuário enviou uma reportagem sobre um barraco protagonizado por Paula, que impedida de entrar no prédio em que morava com Caetano, bateu seu carro no portão da garagem em um ataque de fúria.
Entenda o caso
A polêmica gira em torno da Lei 10.406, de 2002, que reserva ao cidadão o direito de barrar a circulação de qualquer livro que conte a sua história – sem previa autorização. Para tentar facilitar a publicação de biografias, as editoras literárias estão movendo uma Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar a lei. Porém, uma associação intitulada Procure Saber, formada por artistas como Caetano, Roberto Carlos, Gilberto Gil e Chico Buarque, tenta manter a necessidade de autorização prévia.
