Depois de Cyndi Lauper e Kylie Minogue servindo ainda de lambuja como um belo esquenta para Madonna -, tem mais oitentistas na área. Estes têm 30 anos de trajetória na música e uma avalanche de hits a ofertar. Os ingleses Simon Le Bon (vocais), Nick Rhodes (teclado), John Taylor (baixo) e Roger Taylor (bateria), formação clássica do Duran Duran, estão no Brasil para comandar três shows, sendo dois em São Paulo, hoje e amanhã (21 e 22), e um no Rio de Janeiro (23).
Porto Alegre deveria também receber a banda, mas teve seu show cancelado devido à baixa procura por ingressos . Diferentemente dos argentinos, que sediaram show do Duran Duran no Personal Fest de 2005, o Brasil não recebe os papas do gênero new romantic, especialistas na mistura entre guitarras e sintetizadores com um tempero glam, desde 1988, quando vieram estrelar o festival Hollywood Rock.
Em turnê pela América Latina com o pretexto da promoção do álbum Red Carpet Massacre, lançado em 2007 com participações de Justin Timberlake e Timbaland, eles chegam ao Brasil após subirem ao palco do Campo de Fútbol de la Universidad Simon Bolivar, em Caracas, no dia 15 deste mês; do Coliseo El Campín, em Bogotá, no dia 14; do Club de Gimnasia y Esgrima de Buenos Aires, no dia 7; da Arena Santiago, na capital chilena, no dia 9; e da Esplanada do Estádio Monumental, no Peru, no dia 4. Vasculhamos internet afora o que o quarteto aprontou em cada um desses shows e, cruzando os setlists de todas elas, resolvemos brincar de videntes e chegamos a uma possível seleção de músicas que deve ser cumprida pelo Duran Duran durante suas performances brasileiras.
Faixa a faixa
Os shows a serem realizados pelo Duran Duran no Brasil a partir de hoje prometem ter cerca de duas horas, começando com uma interpretação potente de The Valley, canção que abre Red Carpet Massacre. E não deve baixar a bola após a euforia inicial da entrada da banda no palco, visto que o arrasa-quarteirão Planet Earth, de 1981, deve dar seguimento:
Assim como Planet Earth, a canção que vem a seguir foi produzida pelo lendário Colin Thurston, falecido em 2007, responsável pela arquitetura dos maiores sucessos da carreira do Duran Duran em estúdio e um dos engenheiros de som de Heroes, de David Bowie, e Lust for Life, de Iggy Pop. Será provavelmente a hora e a vez de Hungry like the Wolf, single do álbum Rio, de 1982, e uma das marcas registradas do Duran Duran. Assim como Planet Earth, Hungry Like The Wold teve seu clipe dirigido pelo pioneiro Russell Mulcahy, ajudando a fundar os alicerces da estética de vídeos para a MTV. No show, momento de catarse coletiva.
Depois é grande a chance de ouvirmos parceria do quarteto com Justin Timberlake e Timbaland: Nite Runner, segundo single de Red Carpet Massacre. Foi essa canção que levou John Taylor a dizer que Madonna imitou o Duran Duran ao decidir produzir o recente single 4 Minutes junto à dupla de americanos. A próxima promete ser Notorious, de 1986, que a banda lançou como trio, sem Roger Taylor e que a trilha do filme Donnie Darko, de 2004, ajudou a revitalizar:
Os grandes hits de Simon Le Bon e companhia seguem aparecendo em ordem cronológica com I Dont Want Your Love, single mais bem-sucedido do álbum Big Thing, de 1988. A seguir, a banda volta um bocadinho no tempo para mostrar Save a Prayer, de 1982, que deve ser seguida em côro pela platéia. A balada foi eleita uma das 25 melhores de todos os tempos pela revista Rolling Stone e consagrada no Brasil como parte da trilha da novela Sol de Verão, da Rede Globo. É também do segundo álbum do Duran Duran, Rio, e mais uma das canções da banda que teve clipe dirigido por Russell Mulcahy:
O espetáculo promete seguir com a faixa homônima do álbum Red Carpet Massacre, seguida pela provável apoteose de A View To A Kill, música que serviu como tema do filme James Bond Na Mira dos Assassinos, de 1985:
As próximas devem ser ambas de Red Carpet Massacre: Falling Down e Skin Divers, produzidas respectivamente por Justin Timberlake e Timbaland. Quem já viu este show conta que as canções novas acabam soando monótonas no conjunto da apresentação, tamanha o impacto dos hits dos 1980. Deve ser essa a sensação que bate quando chega a seqüência de The Reflex, a canção que encabeçou o álbum Seven and the Ragged Tiger, que alcançou o lugar nas paradas britânicas em 1983…
…e a inconfundível balada Come Undone, do Wedding Album, de 1993. Com uma batida marcante e o vocal feminino de Tessa Niles, a canção foi composta por Simon LeBon para sua esposa, Yasmin:
Do álbum ao vivo Arena, de 1984, deve vir em seguida uma faixa mais rara, The Chauffeur, que já foi regravada por Deftones e Sneaker Pimps, e Is There Something I Should Know. A jornada periga seguir anos 1990 adentro com Serious, do álbum Liberty, e White Lines, single do álbum Thank You, de 1995. Na seqüência, deve vir (Reach Up For The) Sunrise, a que salvou o álbum Astronaut, de 2004, de não ser um fiasco maior. E antes do intervalo que precede o bis, o Duran Duran deverá mostrar Wild Boys, sua principal música produzida pelo midas Nile Rodgers, que já fez músicas para Chic, Madonna e INXS, dentre tantos outros:
Mais um! Mais um!
É quase certo que o fim dos shows do Duran Duran no Brasil deva ser marcado por uma trinca infalível, com Girls on Film, Ordinary World e Rio (veja no vídeo a seguir) na provável lista, respectivamente. Para fãs mais ou menos das antigas saírem de sorriso largo.
O Duran Duran encerra esta turnê latino-americana na cidade de Guadalajara, no México, no dia 29 deste mês.
Serviço
Duran Duran no Brasil
São Paulo
Quando: sexta (21) e sábado (22), às 22h
Onde: Via Funchal, R. Funchal, 65, V. Olímpia, tel. (11) 3188-4148 (Call Center)
Quanto: R$ 200 a R$ 400
Rio de Janeiro
Quando: domingo (23), às 21h
Onde: Vivo Rio, Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo
Quanto: R$ 240 a R$ 420