LONDRES (Reuters) – Quatro décadas após o início da parceria musical mais duradoura — e áspera — do mundo do rock, Mick Jagger e Keith Richards dizem que são inseparáveis para sempre.

O irreverente vocalista e o muito vivido guitarrista dos Rolling Stones disseram ao jornal The Times, na sexta-feira, que já investiram demais em sua relação de amor e ódio para deixar que ela se acabe, sem mais nem menos.

“Não sei se é algum tipo de competição interna — talvez seja essa a química que nos mantém sempre ativos”, teria dito Richards, segundo o jornal.

“O fato é que somos pessoas totalmente diferentes, mas, ao mesmo tempo, sentimos uma atração mútua. Além disso, há o reconhecimento mútuo de que não podemos nos divorciar”.

Jagger e Richards se conheceram há mais de 50 anos, quando ambos eram meninos, ainda no colégio, mas a amizade só floresceu quando foram colegas na Escola de Economia de Londres.

Em 1962 eles fundaram o Rolling Stones, e, em meio às drogas, às mulheres, ao dinheiro e ao sucesso mundial, cultivaram uma relacionamento explosivo que, em diversos momentos, ameaçou terminar.

Em diversas ocasiões Keith Richards ridicularizou publicamente o ego inflado de Mick Jagger e seus esforços musicais solo, mal recebidos pelo público. No início deste mês, zombou do título de cavaleiro britânico outorgado a Jagger, qualificando-o de “honraria desprezível”.

“Ele fala demais”, disse Mick Jagger ao The Times. “Ele gosta de fazer de conta que, aos 59 anos, continua sendo muito rebelde. Não tem problema, é o papel que cada um escolhe representar”.

“Temos uma relação de trabalho muito boa. Se ele precisar de alguém para ficar em seu lugar, eu o farei, e, se eu quiser que ele faça o mesmo por mim, ele fará”.

Neste momento em que os Rolling Stones se preparam para lançar sua primeira turnê mundial em três anos, começando em 3 de setembro em Boston, os dois rejeitam as críticas segundo as quais o grupo é um quarteto de roqueiros enrugados que não entendeu que é chegada a hora de trocar o palco por cadeiras de balanço.

“Acho que estamos querendo ver até onde podemos ir”, disse Keith Richards. “Existe na banda um sentimento muito legal de que ainda não descobrimos tudo o que os Rolling Stones são capazes de fazer”.


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