O DJ, produtor e pesquisador musical Tahira faz uma discotecagem eclética e informativa. Mistura e conecta gêneros e épocas. Desde sonoridades tradicionais até as mesclas eletrônicas da cultura DJ. No som: fortes influências africanas, latinas, brasileiras, jazz, funk 70 e soul music.
Entre os brasileiros, Tahira é uma das atrações mais esperadas do Dekmantel Festival, em São Paulo, no antigo Playcenter, neste sábado (3) e 4 de março. Outros nomes pra lá de quentes são Four Tet, Modeselektor, Nina Kraviz, Marcel Dettmann, Floating Points, Mano Le Tough, Marcos Valle, Azymuth & DJ Nuts, Os Mulheras Negras, Maria Rita Stumpf e Tata Ogan.
Você acaba de lançar uma coletânea de música brasileira por um selo alemão, vê uma nova onda de interesse rolando?
Tahira – Eu fiz uma compilação mostrando a diversidade musical que se encontra no Brasil. Uma sonoridade não muito conhecida pelos estrangeiros. De fortes influências indígenas e africanas. Espero que exista o interesse em se conhecer um Brasil como esse e não só o som brasileiro americanizado como tem sido até agora.
Qual foi a importância de Toda Menina Baiana para que sua carreira desse uma alavancada?
Tahira – Eu já era conhecido dentro do cenário dos Djs. O remix do Gil me deixou mais conhecido diante do público. Essa readaptação para pista de dança que fiz caiu no gosto dos frequentadores das festas de música brasileira e isso me tornou mais conhecido como DJ também.
Como vê nomes como Marcos Valle e Maria Rita Spumpf serem redescobertos?
Tahira – Eu acho ótimo. Que mais artistas sejam redescobertos no futuro. Minha compilação Levanta Poeira tem 100% essa intenção.
Qual é a importância de nomes como Four Tet, Floating Points e Modeselektor virem ao Brasil para um festival em que a preocupação principal é a música?
Tahira – São artistas conhecidos e vão atrair bastante gente para o festival. Os sets do Floating Points e do Four Tet são bem ecléticos na Inglaterra. Espero que eles consigam fazer isso aqui também.
O que está rolando de mais novo na música brasileira?
Tahira – Diversidade. Influências africanas. E tecnologia. Acho que esses três ingredientes dão uma renovada na música contemporânea daqui. Rincón Sapiência, Metá Metá, Luedji Luna, Curumin, Furmigadub, Maga Bo, Chico Correa, BaianaSystem.
E na música mundial?
Tahira – Tenho acompanhado pouco. Gostaria de ouvir mais. O reconhecimento da música do mundo invadiu a cena musical. E eu acho isso ótimo. Produtores e DJs buscando sonoridades diferentes das americanas. África, Brasil, Índia, Ásia, América do Sul. Tudo isso misturado com a tecnologia e novas batidas. Clap Clap, Izem, Acid Arab Nickodemus, Romare, Captain Planet, Forro Red Light, Ubunto e muito mais.
Você toca bastante fora do país, o que falta para cena se tornar viável financeiramente para os artistas no Brasil?
Tahira – Mais profissionalismo na questão de cachês. E mais personalidade em apostar em música diferente. No Brasil a maioria dos eventos são de música da moda. Sempre foi assim. Acontece uma ou outra exceção, mas o resto é sempre o mesmo.
SERVIÇO
Dekmantel Festival São Paulo 2018, Playcenter, dias 3 e 4 de março de 2018
Ingressos via: http://dkmn.tl/sãopaulo18tickets
Line-up:
Four Tet
Modeselektor (DJ set)
Nina Kraviz
Marcel Dettmann
Floating Points
Mano Le Tough
Marcos Valle
Azymuth & DJ Nuts
Os Mulheras Negras
Midland
Palms Trax
Mall Grab
Antal
Young Marco
DJ Stingray
Danny Daze
Peggy Gou
Vladimir Ivkovic
Lena Willikens
Maria Rita Stumpf
Randomer
Anthony Parasole
Kobosil
Jayda G
Courtesy
Dekmantel Soundsystem
Bufiman
Elena Colombi
Interstellar Funk
Selvagem
Davis
Zopelar (live)
Tessuto
Tako
Izabel
John Gomez
Cashu
Carrot Green
Marcio Vermelho
Tata Ogan
Tahira
Kinkid (live)
Barbara Boeing
Leeon & Mansvr
Caio T
Gui Scott
Nascii
TYV
Tahira
Créditos: Gabriel Quintão