Eric Clapton, Phil Collins, Chris Martin, Will.I.Am, Pete Townshend, Jeff Beck, Noel Gallagher, Ozzy Osbourne, Steven Tyler, Justin Timberlake, Sam Smith, Adele… É grande a lista de ídolos da música que já tiveram que suspender suas atividades, ainda que momentaneamente, por conta de distúrbios relacionados à audição e/ou à voz. Em uma rápida pesquisa na internet, você encontra facilmente mais de 30, 40 nomes que passaram por esse tipo de situação nas últimas décadas.
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Cantores, sobretudo, são os mais propensos. Afinal, além do uso frequente da voz, eles também ficam expostos a altos níveis de ruído durante seus shows e gravações, especialmente quando utilizam o chamado “fone de retorno in ear” – aparelho que permite ouvir o seu próprio som e também o produzido pelo resto da banda.
“Em razão da atividade cotidiana, os cantores têm maior chance de desenvolver fonotraumatismos, que são lesões nas pregas vocais. Casos de perda auditiva também são recorrentes, em razão dos altos níveis de ruído a que ficam expostos. Isso inclui instrumentistas, DJs, técnicos de som, produtores musicais e profissionais do áudio em geral”, explica a fonoaudióloga Christiane Nicodemo, que integra a equipe de Prótese Auditiva do Hospital Paulista – referência em saúde de ouvido, nariz e garganta.
Em todos os casos, a especialista destaca que a prevenção é a melhor forma de evitar esses problemas. “Seja em relação à voz, seja em relação à audição, é recomendável fazer avaliações anuais com o especialista, além de adotar medidas cotidianas que garantam maior proteção à garganta e aos ouvidos.”
Audição
No que se refere à audição, especificamente, a fonoaudióloga recomenda o uso do chamados “atenuadores de som”, que são acessórios desenvolvidos especificamente a pessoas expostas a níveis elevados de pressão sonora, acima de 85 dB.
“Embora sejam semelhantes àqueles abafadores de som, largamente utilizados por trabalhadores da construção civil, os atenuadores são equipamentos especiais, geralmente feitos sob medida. Eles têm um filtro que minimiza as frequências agudas, mas sem impactar na qualidade do som, o que permite ao músico uma audição não distorcida, apenas com o tom amenizado”, explica.
Voz
Quanto à voz, a otorrinolaringologista Bruna Assis, também do Hospital Paulista, destaca que a hidratação do corpo e o descanso do aparelho fonatório são os pontos mais essenciais a serem considerados pelos músicos.
“É importante manter as cordas vocais sempre úmidas e lubrificadas, especialmente quando estiver em ambientes secos ou com ar-condicionado. Também há técnicas de aquecimento e desaquecimento da voz e exercícios vocais que ajudam muito nessa proteção – além, claro, do descanso regular, que é fundamental”, afirma.
Abaixo seguem as principais formas de prevenção recomendadas aos músicos que desejam cuidar melhor da voz e da audição:
Beba água
Ao longo do dia, beba de 7 a 8 copos de água, em pequenos goles. Se estiver em ambientes com ar-condicionado, reforce a hidratação para manter as cordas vocais úmidas e lubrificadas.
Consumo saudável
Alguns alimentos são capazes de alterar a saúde vocal. Uma alimentação saudável ajuda a prevenir o refluxo, que é prejudicial à laringe e às cordas vocais. Evite fumar também, especialmente durante o período de rouquidão. A fumaça passa direto pelas cordas vocais, ressecando a área e causando irritação.
Aqueça a voz
Se você sabe que vai falar durante um longo período, faça exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal. A orientação de um fonoaudiólogo é fundamental para você aprender a fazer os exercícios de forma correta.
Não se automedique
Existem fármacos – como os anti-histamínicos, diuréticos, descongestionantes nasais e antidepressivos – que podem afetar a voz.
Atenção à forma como fala
Fale suavemente, de forma pausada, respirando de modo adequado. Ações como gritar, por exemplo, devem ser evitadas, pois o impacto causado por um grito pode lesionar as cordas vocais.
Diminua o volume
Poupe seu ouvido do excesso de ruído. Para reduzir a poluição sonora no palco, uma dica é trocar o retorno na caixa de som pelo retorno no fone apropriado (monitores in ears).
Fique longe da fonte sonora
Tente ficar o mais longe possível da fonte sonora. Isso vai diminuir bastante a pressão que chega aos seus ouvidos.
Use protetor
Se não for possível abaixar o volume ou se afastar das caixas de som, use protetores auriculares. O ideal são os atenuadores de som, que têm filtro acústico e permitem que a intensidade seja diminuída de forma mais equilibrada em todas as faixas de frequência, evitando, assim, a sensação de som abafado e distorção da qualidade sonora.
Acompanhamento periódico
É importante ir ao otorrinolaringologista regularmente para avaliar a sua saúde auditiva e vocal. Dessa forma, você monitora se possui alguma perda e inicia o tratamento precocemente, caso necessário.
Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui quase cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.
Referência em seu segmento e com alta resolutividade, conta com um completo Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrinolaringologia. Dispõe de profissionais de alta capacidade oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.