Quem já foi a uma formatura, a uma festa de final de ano, a um baile de debutante sabe muito bem que determinadas músicas, a maioria, das antigas, não podem ficar de fora do repertório. É o caso de YMCA, In The Navy, Go West, Can’t Stop The Music, Sex Over The Phone, entre outras, do Village People. Atire a primeira pedra quem já não se rendeu a essas músicas, independente de ser o não fã da disco, com direito a coreografia e tudo.

Com a intenção de continuar a festa, o Village People ultrapassa três décadas de atividade em 2008, superando baixas e polêmicas. O grupo começou em 1977, em Greenwich Village, em Nova York, e se tornou um fenômeno da era disco. A idéia original partiu do produtor Jacques Morali, que queria um grupo de cantores dançarinos e travestidos.

Em entrevista por email ao Virgula-Música, Alex Briley, o soldado da trupe, disse que nem ele esperava que o grupo fosse durar tanto. “A gente já começou a comemorar. A nossa idéia é fazer este aniversário de 30 anos durar os próximos três anos. Já eu, bom, nunca esperei chegar tão longe. Eu pensei que eles fossem me demitir há anos (risos)”.

De 77 pra cá, o grupo acompanhou todas as mudanças da cena pop, e outros artistas que assim como eles, que chamaram atenção por cantar músicas sobre o estilo de vida gay, usaram a música para romper alguma barreira, quebrar o comportamento ideal. Mas, Briley não esconde que um pouco da criatividade foi perdida. “Há muitos bons jovens artistas hoje, mas ainda é bom ver que pessoas do meu tempo como os Stones ou o Earth, Wind & Fire ainda estão nos palcos. Mas eu amo a Janet Jackson também”, diz o soldado.

O grupo não saiu ileso dessas três décadas. A formação original, que contava com Felipe Rose (índio), Victor Willis (policial), Alex Briley (soldado), David Hodo (carpinteiro), Glenn Hughes (motociclista) e Jeff Olson (caubói), sofreu baixas com a morte de Glenn, em 2001, vítima de câncer, que foi substituído por Eric Anzalone, e a saída de Willis.

Mas, as perdas são compensadas pelas viagens que a banda continua fazendo. “O que eu mais gosto é poder sempre visitar a Austrália. Já estivemos lá umas 29 vezes”, diz Briley, que também está ansioso para voltar ao Brasil. “Das outras vezes, me lembro da comida deliciosa, da platéia calorosa e de trabalhar com uma linda moça chamada Elizabeth, a produtora da turnê”.

Sem lançar um disco ou música inédita desde 1985, quando gravaram Sex Over the Phone, ele revela o motivo. “Nós ainda estamos tentando achar o próximo YMCA”. Enquanto isso, o público terá que se contentar com antigos sucessos e o pique do grupo. “Todo mundo ainda só quer se divertir. Então, vamos nos divertir”.

O Village se apresenta em São Paulo, no Via Funchal, no dia 8 de maio, às 21h30. Os ingressos custam de R$ 60 a R$ 200 reais. Eles também tocam em Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Jaguariúna, Recife e Riberão Preto.

Se a diversão depender da lista de exigências para o camarim – muitas bebidas -, ela está garantida.


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Disco: Village People volta ao Brasil 'em busca do próximo YMCA'

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