Fazer sucesso no Brasil, muitas vezes, é sinônimo de ser bem reconhecido nas redes sociais, com milhões de seguidores, ter o nome gritado por milhões, ser bem visto no Big Brother… Mas e para quem sofreu opressões? Depressões? Foi calado à força?
Marcela Maia, ou melhor, A Maia, é mulher forte, guerreira, determinada, inteligentíssima, trans… é trans que sofreu abusos, que sofreu vários cala-bocas e que tem de lidar ainda com um medo maior, o seu próprio eu.
“”Deu Match’ é sobre uma grande dificuldade de me relacionar. Eu sinto que essa música é meu empoderamento. Mostrar que é legal se relacionar com as pessoas, mas é legal ficar também sozinha. Estou bem, sozinha!”, afirma A Maia.
“Eu chego a sofrer com a incompatibilidade, assim, de uma forma geral na vida. Mas às vezes é necessário estar sozinho para se entender melhor. Às vezes não quero romance. Hoje não quero”, diz a cantora e atriz.
Sim, atriz! A Maia, inclusive, estará no elenco da próxima novela das 19h da TV Globo, “Quanto Mais Vida Melhor”. “O convite me pegou extremamente de surpresa. Estava morando em Portugal e voltei para o Brasil”.
A Maia é ímpar em nossa conversa ao telefone sobre a carreira. Ela não sobe no salto sobre o atual momento, de muitos trabalhos e reconhecimento, e sempre vive a experiência do agora, mas reconhecendo e fazendo as experiências anteriores uma lição.
“Viver é a melhor parte de tudo. Se entregar aos sentimentos, mas sempre sabendo que o que te faz realmente feliz é sempre estar bem consigo. Passei por depressão e venço a cada dia. Tem dia que estou bem, tem dia que não, mas não deixo mais a situação me dominar”.
Sobra até espaço para pitacos sobre BBB21 e cancelamento. Afinal, ela soube muitas vezes na vida o que foi ser cancelada por uma sociedade preconceituosa.
“Menino, essa coisa de cancelamento está exacerbada, não é mesmo? Cancelar alguém é algo tão sórdido. Eu não faço e não acredito que isso ensine algo. Acredito em reconhecer o erro e redirecionar”, explica.
“Deu Match”! Uma obra de A Maia que tem tudo para ser hit. Mas não um hit de sucesso na música… um hit de sucesso para a vida, para o grito de liberdade. E viva a diferença!