Dom M

Dom M

Filho de uma ex-passista e de um percussionista da Escola de Samba X9 Paulistana, estava escrito que Matheus Sitael Melo da Silva seguiria o caminho da música. Poucos poderiam imaginar, no entanto, que o rap seria o caminh0 escolhido por ele, sob o nome de Dom M, emplacaria uma música na novela da Globo aos 15 anos.

Aqueles Olhos, tema de Grego (Caio Castro) e Mari  (Bruna Marquezine) foi parar em I Love Paraisópólis, trama global das sete, após o próprio Caio Castro ter descoberto o rapaz. “”O Caio Castro gostou tanto da música que quis encaixar na novela. Ele levou até os diretores, eles gostaram, os artistas também. Os atores e as atrizes se identificaram com a música”, afirma o rapaz, que conta que o ator fez questão de ir até o estúdio onde grava para conhecê-lo.

Veja o clipe de Aqueles Olhos 

A música é assinada por Dom M em parceria com o pai, o percussionista Alex Culim, e pelo produtor Thiago Beatriz. “A gente recebeu uma proposta da novela mesmo, falando sobre os personagens. Aí a gente buscou meio que trazer a história para o meio musical, do envolvimento de cada um dos personagens. Decidi fazer a letra e nós fizemos a música eu, meu pai e nosso produtor, o Thiago”, detalha.

Estudante do Colégio Nova Cachoeirinha, ele curte a popularidade na escola após ter dado o primeiro passo para o estrelato. “Todo mundo tá curtindo, desacreditado, né, digamos assim, porque ninguém esperava que a música ia entrar na novela, modéstia a parte, o público ia começar a me admirar, todo mundo começar a gostar do meu trabalho. Foi até mesmo um susto para as pessoas da escola”, diz Dom M, todo humilde.

Apesar de não ter se tornado um sambista, uma audição atenta de Aqueles Olhos revela que o diálogo entre o rap e samba tem raízes familiares. “Tenho uma relação muito forte com samba, porque eu cresci no meio do samba. Meu primeiro contato musical foi com o samba porque eu frequento o meio desde o ventre da minha mãe, ele sempre foi da escola de samba X9 Paulistana, meu avô tinha um grande nome lá e meu pai era auxiliar técnico de bateria e eles se conheceram lá. Minha mãe era passista, me levava nos ensaios com barrigão, eu dentro da barriga dele, e ela lá no meio. Era inevitável o samba estar na junção das minhas músicas”, afirma.

O sucesso da música na novela já começou a transformar a vida do rapaz. “A música trouxe um reconhecimento muito grande até mesmo pro trabalho que eu já tinha antes. Todo mundo começou a procurar, saber quem eu era. Começaram a curtir minhas músicas, a me seguir, comecei a ganhar fã-clube, por causa dessa música. Tudo começou a andar.”

Dom M desconversa quando o assunto é grana. “A gente ainda não sabe muito sobre dinheiro e tal”, diz. Ele já sabe, no entanto, em que irá investir. “A gente está elaborando um disco e vai lançar esse ano ainda”, planeja. Uma turnê também está nos planos. “Estamos abrindo a agenda ainda, buscando os meios, já tem gente querendo contratar”, diz.

No alto dos seus 15 anos, o rapaz mostra cultura musical e consciência. “Sempre busco ouvir músicas das antigas e estudar toda a história do rap. Eu, numa posição de MC, de mestre de cerimônias, de um rapper, tenho a obrigação de saber pelo menos a história do que eu tô cantando”, afirma, antes de elencar algumas nomes. “Os músicos que eu cresci ouvindo e formaram a minha mente foram os rappers das antigas, Tupac, Wu-Tang Clan, NWA, Run DMC, Notorius Big, Snoop Dog, Emimen, Doctor Dre. A Death Rhrow Records, que era uma grande gravadora, tinha artistas que sempre faziam músicas juntos. Eu sempre ouvi e me inspirei neles.”

Nasce uma estrela. Guarde o nome desse moleque.


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