Depois de um show que acabou em pizza, o grupo Teatro Mágico foi cortado das outras apresentações programadas dentro do Circuito Cultural e Viradas Culturais. Empresário do grupo alega boicote da Secretaria Estadual da Cultura de SP.

Além do show em Caraguatatuba (litoral norte de São Paulo), que aconteceu no último dia 8 de março, o Teatro Mágico iria se apresentar em Matão e Assis (ambas no interior de São Paulo), pelo Circuito Cultural, e participariam das Viradas Culturais em Marília e Presidente Prudente (também no interior). Os últimos quatro shows foram cancelados.

Todo esse mal-estar teria sido causado pelo fato dos integrantes da banda terem optado por pedir pizzas, ao invés de comerem os petiscos e lanches que a organização do evento havia preparado, no camarim.

“A alimentação no camarim é uma alimentação transitória no cronograma nutricional do artista, que não pode comer muito antes do show para não ter uma congestão durante”, conta Gustavo Aniteli, empresário do grupo. “Ao final do show, os integrantes voltam para o camarim para petiscar mais alguma coisa e voltam para fazer um social com os fãs. Quando tudo acaba, eles querem jantar de verdade”, por isso as pizzas.

Apesar de os integrantes do Teatro terem dito que os organizadores se irritaram com a escolha gastronômica, a alegação da Secretaria da Cultura é de que o grupo possui muitos recursos técnicos durante as apresentações e que os locais dos shows não teriam estrutura para recebê-los.

“O que a Secretaria respondeu não tem nada a ver. Em primeiro lugar, se esse projeto não tem estrutura, por que contrataram a gente?”, questiona Aniteli. “Em segundo, a banda que está sendo escolhida para preencher os nossos shows é a Cordel de Fogo Encantado, que tem uma estrutura muito maior que a nossa. E em terceiro, na Virada Cultural Estadual tocam artistas como Maria Bethânia, que exigem uma produção muito maior. Então, está na cara que isso é uma desculpa deslavada”, acrescenta.

É fato que essa história está muito mal contada. Segundo Aniteli, a pizza foi só o início. Depois que tudo isso aconteceu, o coordenador do projeto, André Sturm, alegou problemas éticos e morais na conduta dos integrantes do grupo.

“Como empresário da banda, me preocupei e me predispus a ir falar com ele para resolver essa situação, mas o coordenador disse que só aceitava que o Fernando Aniteli [líder do Teatro Mágico] fosse falar com ele, provavelmente para ser repreendido”, conta.

O Virgula Música foi atráz de Luiz Vita, da assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura, o qual informou apenas que “não houve cancelamento de show do grupo Teatro Mágico na Virada Cultural pela simples razão que não foi feita ainda nenhuma contratação de shows para o evento”.

E ainda: “No caso do Circuito Cultural, o grupo foi contratado para a realização de um show (que já foi realizado). Como a programação do Circuito é extensa e prossegue até novembro, nada impede que o grupo possa ser contratado para novos shows no futuro” (sic).

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Depois de show que acabou em pizza, o Teatro Mágico foi boicotado