Beatles com cachorro e Venetian Snares

Montagem/Reprodução/Divulgação Beatles com cachorro e Venetian Snares

Se você acha que estranho é sinônimo de ruim e que a música se resume ao pop e popular sinto lhe informar que você estava sendo enganado. Há mais nas nuvens das plataformas de streaming e no YouTube do que sonha a sua vã filosofia e curiosidade.

Começamos pela primeira gravação de que se tem notícia, que é bem esquisita. Em 1860, o francês Édouard-Léon Scott de Martinville inventou o fonógrafo. As transcrições, conhecidas como fonagramas foram primeiramente reproduzidas com sucesso usando tecnologia de computador em 2008, Pensava-se que esta era a voz de uma mulher cantando Au Clair de la Lune, mas agora se imagina que ela tenha sido gravada em baixa rotação e que se trate da voz de  homem, que suspeita-se, ser do próprio inventor.

Em 1960, o jazzista Ornette Coleman gravou Free Jazz, onde apresentava um quarteto duplo incluindo Don Cherry e Freddie Hubbard no trompete, Eric Dolphy no clarinete baixo, Charlie Haden e Scott LaFaro no contrabaixo e Billy Higgins ou Ed Blackwell na bateria. O disco foi gravado em estéreo com cada um dos quartetos tocando isolado em cada um dos canais, isto permitia produzir passagensde improvisação coletiva de todos os oito músicos. Free Jazz tinha quase 40 minutos, sendo a mais longa sessão de jazz gravada até aquuela data e se tornou nome de um novo gênero.

Usando a boca, laringe e faringe, os cantores de garganta da Mongólia, onde o onde khoomii é o estilo mais comum, conseguem alcançar variados intervalos musicais, criando uma música estranhamente robótica e futurista.

Beatle Barkers foi lançado em 1983 pela Woofers & Tweeters Ensemble pelo selo Passport Records. O disco consiste em músicas dos Beatles cantados por cachorros, na verdade um cara imitando cachorro. Ovelhas e gatos também foram incluídos na gravação, mas foram usados samples reais de sons destes animais.

Quando se fala em “esquisitice”, nada se compara ao japanoise, a  cena de música japonesa ruído é caracterizada por bandas que não seguem as normas dos gêneros da música popular. Para o ouvido não treinado, é uma massa de som inútil. Para o fã, é uma mistura artística de rock psicodélico, música surrealista e jazz avant-garde, formando uma única amálgama musical não encontrada no mainstream.

Aaron Funk, o Venetian Snares, produtor canadense de 42 anos é a grande prova de que estranho está longe de ser ruim. Ele ficou conhecido como um dos produtores que popularizaram o breakcore. Sua assinatura musical, que percorre um território que vai da música erudita às pistas de dança, incluem melodias e ritmos complexos, uso de samples de forma única e outras particularidades.

 


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De Beatles com cachorro a noise japonês, músicas mais “esquisitas” já gravadas