Jorge Benjor aderiu à febre acústica. Mas engana-se quem pensa que o músico carioca, considerado um dos mais influentes artistas da música brasileira, gostou da idéia desde o começo: a gravadora Universal e a produção da MTV demoraram três anos para convencê-lo a fazer o especial.

Benjor, o responsável pelo funk carioca de raiz e pela mistura de samba e soul na MPB, contou, em entrevista coletiva na quarta-feira, que desplugou os instrumentos e revisitou velhos sucessos a pedido de seus filhos.

“Fiz esse projeto pelos meus dois filhos adolescentes, que adoram o som acústico. Mas, se eu pudesse escolher, estaria lançando um CD com músicas inéditas”, desabafou um falante e bem-humorado Benjor.

O resultado da empreitada, que conferiu ao “Acústico MTV” uma faceta de malandro carioca, poderá ser visto em dois blocos — o primeiro, na sexta-feira e, o segundo, no sábado, sempre às 22h30. Já o CD chega às lojas em três versões: um com a banda Admiral Jorge V, outro com a banda do Zé Pretinho e, por fim, um CD duplo com o show completo.

Mesmo assim, o músico enfatiza que a apresentação “não estava nos planos”. “Tenho tanta coisa nova para mostrar…”, insistiu.

UM BENJOR, DUAS BANDAS

O cenário da performance, com feições do arquiteto Oscar Niemeyer, foi intensamente explorado pelas sete câmeras espalhadas pelo estúdio. Mas toda a tecnologia fica em segundo plano quando Benjor começa a desfilar os maiores hits de sua carreira — ao todo, 22 canções.

O destaque do show acústico é a mistura da pegada hipnótica conferida ao violão do músico (que ele não tocava há quase duas décadas) com instrumentos tão diversos como violinos, oboés e cuícas, formando assim um som que é pura riqueza musical. Como atestou o baixista Dadi Carvalho, um dos participantes do projeto, “Ninguém soa como Jorge Benjor”.

Na primeira parte do “Acústico MTV”, o artista realiza a proeza de reunir, mais de 20 anos depois, sua primeira banda, Admiral Jorge V, com a qual se apresentou por três anos na Europa, durante os anos 1970.

A retrospectiva de treze anos pelo mundo musical de Benjor (de 1963 a 1963) começou com a clássica “Jorge de Capadócia” e passou por “Balança Pema” (regravada por Marisa Monte) e “Roberto, Corta Essa”, entre outras.

A segunda parte do especial marca o encontro de Benjor com seus companheiros atuais, a chamada Banda do Zé Pretinho, e com composições mais recentes. Juntos, eles desafiam o espectador a ficar parado com músicas como “País Tropical”, “W/Brasil”, “Taj Mahal” e “Salve Simpatia”.

Nos dois blocos do especial, o palco também é preenchido por uma orquestra de cordas e pelo trio Golden Boys


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Contra a vontade, Jorge Ben Jor faz acústico MTV

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