A diretora de arte e DJ Cris Naumovs vem se especializando
naquilo que certamente é uma das profissões do futuro. Ela é personal ipodder,
monta listas de músicas em dispositivos de maneira personalizada.  E ainda que o iPod em si tenha perdido espaço
para smartphones e tablets, cada vez mais gente tem acesso a aparelhos capazes
de reproduzir música e não faz ideia de como carregá-los.

A situação guarda um paralelo com quando Cris “desbravou” o
mercado. “Quando o iPod foi lançado lá atrás (2001) um monte de gente tinha, um
monte de gente comprou, mas ninguém sabia usar. Eu comprei um e fiquei muito
abduzida por ele, por durante muito tempo. E fiquei vendo como ele funcionava,
onde fazia playlist, onde baixava música, essas coisas todas”, lembra a DJ de
festas como Javali e Sem Loção.

Ela conta que a grande virada ocorreu quando a jornalista Joyce
Pascowitch
precisou de alguém para fazer o serviço e, após ser consultada por
uma amiga que trabalhava com a colunista, se lançou como personal ipodder. “Eu
tenho uma história com música, eu curto, me organizo, discoteco de vez em
quando. Então foi por isso. Eu fiz a primeira vez para ela, apareceram umas
outras mulheres amigas dela, eu fui fazendo. Aí apareceram restaurantes. Fiz para
o Spot, Ritz, Obá, pizzaria Primo Basilico e para algumas lojas”, enumera.

Para a personal ipodder, que acumula 600 gigabytes de música
e quando precisa busca arquivos em torrents, a primeira dica para a playlist
perfeita é saber o que você não quer e ser organizado. “Quando você vai
preparar seu iPod você tem que pensar no que você não gosta porque você está lá
correndo ou está com gente em casa e toca uma música insuportável. A mim me
incomoda muito uma música chata. Então tem que pensar, tem o disco, tem dez
músicas, joga a música que você gosta, não pega o disco inteiro e taca lá
dentro. Tem que ter critério e tem que organizar da primeira vez porque depois
é caos”, afirma.

Cris conta que seu trabalho é completamente diferente
daquele que exerce como DJ. “Eu tenho que ter uma conversa com essa pessoa,
entender o que ela gosta. Mas principalmente entender do que ela não gosta. E
qual é o intuito. Ah, quero um iPod para ouvir em casa só, receber pessoas, é outro
iPod, para correr, outro iPod. Quero um iPod para correr, receber pessoas,
viajar usando o carro, é outro iPod. Tem que ser um papo demorado de entender
exatamente qual que é o uso que você vai fazer”, detalha.

A personal ipodder revela ainda que o trabalho é bem mais
rentável que o de DJ. “Cada vez mais esses serviços personalizados vão se tornar
mais rentáveis. Você ganha uma grana fazendo isso, assim como alguém que vai
arrumar seu armário. Sabe essas coisas que alguém cuida de você? Tipo, ah,
busca o carro, leva na revisão e devolve na sua casa? É tudo que todo mundo
quer”, compara. “As pessoas acham legal ter alguém que fez esse serviço sujo já
para ele, separar, organizar, colocar capinha”, completa.

Citada por Madonna, o Indeep tem uma música emblemática sobre
o ofício de escolher a música certa para a ocasião certa, Last Night A DJ Saved
My Life
(A noite passada um DJ salvou a minha vida). É mais ou menos esse o trabalho
da Cris.

Veja Indeep Last Night A DJ Saved My Live


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Conheça a profissão de personal ipodder e veja dicas para montar playlists perfeitas