A paulistana Fotograma surgiu como uma idéia do vocalista Luiz Campos, que aprendeu a tocar instrumentos sozinho. Sozinho ele caminhou, lançou um EP, com a colaboração de alguns amigos, mas não demorou muito para que mais integrantes fossem convidados a participar do projeto, consolidando-o assim como banda.

Com músicas baseadas em arranjos de violão hipnóticos, com nuances de jazz, folk e MPB, temperadas a letras que falam dos sentimentos e da condição humana, a Fotograma vem tomando espaço na cena indie atual, tendo se apresentado com Mallu Magalhães e Montage.

Hipnotizados pela sonoridade da banda, fomos atrás de Luiz para saber mais sobre as especificidades da banda (que não são poucas!). Confira o raio-x do grupo!

Início e Integrantes

A Fotograma começou como um projeto, idealizado por Luiz Campos Jr. (violão, voz, guitarra e gaita), em 2005, ano em que lançou seu primeiro registro, Sensorial, gravado com a participação de amigos.

Foi em meados de 2007, que Luiz decidiu oficializar seu projeto como banda. A princípio, chamou apenas Mariana Cetra (voz, piano, acordeon e flauta) —que já havia colaborado no EP Anda, Corre, Voa—, mas não demorou muito para que Carlos Costa (contra-baixo), Paulo Matos (guitarra) e Fábio Barbosa (bateria) fossem incorporados à formação da Fotograma.

“Conheço todos eles há muito tempo, bem antes de formar a banda”, conta Luiz em entrevista ao Virgula Música. “Quando senti vontade de, realmente, transformar o projeto em banda pensei neles, pois gostava do estilo com que todos tocavam”, completa.

Antes da Fotograma, porém, Luiz chegou a tocar em outra banda, chamada Comespace, e Paulo tocou na Post, ambas extintas. Já Carlos concilia seu tempo com outra banda, a Continental Combo, assim como Barbosa, que toca na Gasolines —grupo que já participou do nossa coluna semanal Raio-X.

Nome e Influências

Denomina-se fotograma cada uma das imagens impressas quimicamente na fita de celulóide do cinematógrafo. Em termos mais simples, é cada um dos quadradinhos (as fotografia) do filme revelado.

“Eu gosto muito de fotografia e cinema. Acabei tirando esse nome, justamente, dessa minha paixão por esses dois elementos”, explica Luiz. “A questão da imagem também está bem presente nas composições. A intenção é trabalhar a música enquanto imagem, cada música passa uma imagem”, acrescenta.

As influências da banda são diversas, vão desde música clássica até guitar bands. “Gosto muito de Beethoven, Beatles, Milton Nascimento, Tom Jobim, Chico Buarque, mas também guitar bands, como Jesus and Mary Chain”, conta Luiz.

Com tantas sonoridades mescladas fica difícil definir exatamente o som da Fotograma. Cada integrante traz a sua centelha musical ao todo, formando uma massa sonora criativa.

“É difícil rotular o som, mas basicamente é uma mistura de folk, rock, jazz e mais alguma coisa que não sei dizer o que é”, explica um Luiz, ligeiramente hesitante.

“A música ‘Bêbadotempo’, por exemplo, é uma mistura de jazz, maracatu e música brasileira. Cada música possui sua história e sonoridade próprias, por isso acredito que o som do disco seja bastante rico”, completa.

Músicas, Clipes e Inspirações

O disco ao qual ele se refere é o que está sendo finalizado agora, intitulado Trilha Sonora Intuitiva, e terá 13 faixas.

“Já gravamos a maior parte dos instrumentos das músicas, como o trompete, trombone, sax; faltam os pianos e as vozes”, conta Luiz. “Pretendemos concluí-lo na primeira quinzena de julho e lançá-lo em outubro” acrescenta.

Trilha Sonora Intuitiva será o primeiro trabalho oficial do Fotograma, que antes havia lançado o EP Anda, Corre, Voa (2006), com 5 faixas, e o álbum solo de Luiz, Sensorial (2005), com 15 faixas, bem ao estilo homemade.

As inspirações para compor as faixas, Luiz explica: “meu método é muito intuitivo, tenho facilidade de colocar para fora meus sentimentos através da música. Neste álbum, falamos sobre a desvalorização do ser humano, que perdeu um pouco sua identidade. As músicas tratam ainda dos sentimentos humanos e como tentar seguir em frente e vencer todos os males que nos cercam.

“‘Anda, Corre e Voa’, primeira música que fiz em parceria com Mariana, é quase um manifesto de libertação da alma, foi o ponto de partida para a construção da banda”, completa.

Shows e Futuro

“Domingo passado foi nosso 11º show. Já tocamos na Funhouse; na festa Folk This Town, com a Mallu Magalhães; tocamos até na praça da República, na feira GLBT (mesmo dia que se apresentou a dupla de eletropop Montage)”, conta Luiz.

Os próximos shows confirmados da banda serão na Funhouse, dia 18 de julho, e na Livraria da Esquina, dia 23 de agosto.

Os planos para este ano consistem em lançar e divulgar o Trilha Sonora Intuitiva. “Buscamos lançar por um selo, mas se não rolar, será lançado de forma independente. Estamos abertos a qualquer tipo de negociação, afinal nosso interesse é que a música chegue às pessoas”, explica Luiz.

Enquanto o disco não sai, é possível encontrar os trabalhos anteriores da Fotograma tanto na página dos caras na Tramavirtual, como no MySpace, onde também está disponível o clipe de “Anda, Corre, Voa”. No site da banda, www.fotograma.mus.br, você preenche um formulário e recebe duas faixas do novo CD.

Confira o raio-x com a banda de surf music Gasolines


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Confira o raio-x da banda paulistana Fotograma