“Intensa”. Essa é a definição de Johnette Napolitano para a experiência de gravar o álbum “Group Therapy” em apenas 10 dias. Sua banda, Concrete Blonde, está prestes a mostrar o novo trabalho ao vivo no Brasil, em quatro shows que vão virar CD.
Em entrevista exclusiva à Reuters por telefone, a vocalista e baixista conta que as apresentações — marcadas para dia 7 em São Paulo (Credicad Hall), 8 em Porto Alegre (Anfiteatro Araújo Vianna), 9 em Curitiba (Moinho São Roque) e 10 no Rio de Janeiro (ATL Hall) — vão ser registradas e que, por isso, contarão com todos os sucessos do grupo.
O trio, que surgiu junto com o movimento pós-punk em Los Angeles no começo da década de 1980, é composto também pelo guitarrista James Mankey e pelo baterista Harry Rushakoff. Apesar de terem conhecido o gostinho da fama com baladas como “Joey”, eles acabaram se separando em 1994.
O novo álbum, lançado recentemente no país pela Trama, traz um título sugestivo (“Terapia de Grupo”) na medida em que marca a volta dos roqueiros depois de um hiato que durou sete anos.
“Não sei dizer como ou porque voltamos”, relata Napolitano. “Para ser sincera, foi tudo rápido, pois se pensássemos muito sobre o assunto nunca teríamos nos reunido”.
Quanto ao título e as fotos do encarte do CD — que mostram os três componentes com camisas-de-força e sentados em cadeiras elétricas — a vocalista explica que, na época, todos estavam fazendo análise. “Decidimos rir sobre isso, dizendo ‘bem, somos todos loucos mesmo”‘.
“EN ESPAÑOL”
Johnette Napolitano assegura que os poucos dias de concepção e gravação de “Group Therapy” foram fundamentais para que o som saísse como a banda queria: cru e rápido.
“É como eu gosto de trabalhar, não aprecio meio-termo. Gosto de ter cada célula do meu corpo sentindo, vivendo e trabalhando para um objetivo”, conta.
Assim, as 12 faixas do novo álbum não têm a levada pop mais trabalhada dos antigos sucessos, mas representam uma “volta às raízes” ao estilo dos primeiros trabalhos do trio.
“Nós não pensamos muito sobre as canções, só queríamos tocar. Ficou muito simples e honesto, é uma volta ao básico. Esse disco é o que somos”.
Napolitano, apesar de ouvir bastante artistas como Bjork e Moby, diz ser fã de música “en español”, como faz questão de pronunciar, principalmente flamenco.
“Gosto de rock em espanhol, mas não costumo ouvir muito porque é rock, e isso eu faço. Estou mais interessada em ritmos diferentes, algo que me leve a algum lugar onde eu nunca havia estado antes”.
Dessa forma, a vocalista conta que está muito ansiosa para chegar ao Brasil e conhecer mais sobre a música feita por aqui.
“Estou radiante. Há muitas bandas que conheço que estão com inveja por estarmos indo ao Brasil, e quem já foi diz que é um dos melhores lugares para se tocar”, comenta. “Acho que vai ser uma grande festa”.