É comum encontrarmos máquinas que vendem refrigerantes, alimentos, livros e até bijuterias no metrô ou outros lugares públicos, mas o que tem chamado a atenção dos transeuntes de São Paulo, nas últimas semanas, é uma máquina que disponibiliza, para compra, CDs de música. Além de criativo, esse modelo pode ajudar no combate à pirataria e os artistas que dependem da venda de CDs para continuar realizando seu trabalho.

A máquina de vender CDs surgiu como parte de uma estratégia da ONG baiana Eletrocooperativa para distribuir música sob uma nova perspectiva. “Pela liberdade artística, pela geração de renda, pela oportunidade social e contra a pirataria”, diz a coordenadora da ONG Suzana Pamponet.

A causa “Música Livre e Comércio Justo” propõe a venda de CDs por R$ 5. Para que haja transparência, a máquina informa ao consumidor todos os custos da produção dos CDs: R$ 1,50 pertence ao artista, R$ 1,50 são referentes a custos de fabricação, R$ 0,50 pagam os impostos, R$ 1 é do vendedor e R$ 0,50 cobrem custos da instituição.

A máquina se configura como uma opção mais viável na venda de CDs, pois seus custos são muito baixos, o que permite praticar um preço de venda também baixo, além de ser vantagem para os artistas, que ficam com 30% do valor arrecadado, enquanto em uma gravadora normal seu ganho seria de 15%. “Por outro lado, é preciso ter escala nesse modelo, uma vez que o ganho unitário é muito baixo”, comenta Suzana.

Além da estação Consolação do metrô e do Espaço Unibanco de Cinema, a máquina de vender CDs deve passar por vários outros espaços de São Paulo e, no verão, deve ir para Salvador. “A idéia é que ela seja uma transição entre a música física (o CD) e a música digital”, explica a coordenadora. “Queremos, por meio da máquina, abrir um espaço para discussão desses modelos e mostrar que, enquanto a música digital não for acessível, é possível comprar CD de qualidade a baixo custo”, acrescenta.

Segundo a coordenadora da ONG, a lista de artistas a terem seus CDs à venda já está fechada para este ano, e conta com álbuns dos músicos baianos formados pela Eletroocoperativa, como Eletro Erê (cantigas infantis), Eletropercussiva, Império Negro, Preto Sábio 05, Fefê Gurman e o CD Saiba, de Arnaldo Antunes.

“Vale lembrar que esse modelo tem um caráter de promover a transição, então não sabemos ainda se dá certo como um negócio”, comenta Suzana. “Por isso, até o final do ano decidiremos se vamos manter o mesmo ritmo de lançamento de 2008. Vale a pena aguardar um pouco”, acrescenta.

A ONG Eletrocooperativa foi fundada em 2003, no Pelourinho (Salvador), por Reinaldo Pamponet, e realiza trabalho com jovens carentes, entre 16 e 20 anos, ministrando cursos, como o de teoria musical e história da música, e já tendo lançado 20 CDs com trabalhos autorais dos jovens.

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