Paulino Vieira

Divulgação Paulino Vieira

Em 1968, um carregamento de Korgs, Moogs e órgãos Hammond aportou na ilha de São Nicolau, em Cabo Verde. Os instrumentos estavam de um navio que havia desaparecido misteriosamente meses antes após ter saído do porto de Baltimore, na Inglaterra, com destino a uma exibição no Rio de Janeiro.

As centenas de teclados e sintetizadores foram distribuídas nas escolas do arquipélago, por ordem do líder anticolonial Amílcar Cabral, e permitiu que uma geração de cabo-verdianos tivessem acesso à tecnologia musical de ponta.

A história acabou dando origem a uma variação africana de música eletrônica com hibridismos de cultura popular local, como morna, coladeira e funaná.

Alguns anos mais tarde, estes sons se tornaram trilha sonora da independência do país, em 1975, foram compilados no lançamento Space Echo – The Mystery Behind The Cosmic Sound Of Cabo Verde.

O disco, que sai pelo selo especializado em raridades Analog Africa, de Frankfurt, Alemanha, mostra como uma cena inteira foi criada por um navio fantasma.


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Navio fantasma carregado de instrumentos criou cosmic disco africana