Trocando as bolas pelos acordes. Veja jogadores de futebol que são músicos
O zagueiro Dante pode ser reserva na seleção. Seu cavaco, no entanto, não pode faltar em nenhuma roda com os jogadores do Brasil que disputam a Copa.
Como é tradição, a “família Scolari” – como o técnico Luiz Felipe Scolari gosta de chamar o grupo -, conta com sua próprio grupo de pagode. A escalação costuma ter, além de Dante, Daniel Alves (tantã), Jô (reco-reco), Willian (pandeiro) e o preparador físico Paulo Paixão (tamborim). Neymar, Thiago Silva, Marcelo, Fred e Júlio César, às vezes, pegam um instrumento de percussão, mas todos são convidados a ajudar no coro e nas palmas.
Veja vídeo da seleção
“Samba, seleção; seleção, samba. É praticamente uma só”, disse o lateral Daniel Alves, em uma entrevista coletiva na Granja Comary. Os próprios atletas sambistas escolheram a música tema da seleção na Copa: Tá Escrito, do Revelação.
A relação intrínseca entre samba e futebol, contudo, não é de hoje. Pelé foi muito amigo de Wilson Simonal. O Rei do Futebol sempre levava o violão para as concentações e arriscou algumas composições, como Cidade Grande, gravada por Jair Rodrigues.
O maior sucesso do Rei, no entanto, você deve lembrar bem qual é.
Poucos, no entanto, foram tão longe na conjunção entre música e futebol, quanto Leovegildo Lins da Gama Júnior. Sim, é melhor chamá-lo apenas de Júnior. Na Copa de 82, o lateral-esquerdo cantou e gravou a música que se se tornou um sucesso comercial. O compacto com Voa Canarinho vendeu 600 mil cópias.
A derrota inesperada da seleção comandada por Telê e formada por craques como Sócrates, Zico, Falcão, Oscar, Cerezo, Éder, Leandro e o próprio Júnior, deixou a música um pouco amarga, associada a um episódio triste para quem viu um dos times mais incríveis de todos os tempos. Uma máquina de futebol que sempre jogava bonito e para frente.
Se o pagode da seleção é prova de que a ginga brasileira guarda relação com as rodas samba, a dança e o jogo da capoeira, outros astros da bola se aventuraram a dar a cadência diferente ao futebol.
O mais conhecido deles é ruivo Alexei Lalas, ex-jogador da seleção dos Estados Unidos, que ficou famoso na Copa de 94, e jogou no Padova, da Itália. Sempre que podia, Lalas agarrava sua guitarra e trocava os campos pelos palcos. Ele mantém a carreira musical até hoje.
Já o ídolo inglês Paul Gascoigne, que atuou como meia atacante na seleção de seu país e em times como Newcastle, Tottenham, Lazio, Rangers, se arriscou como cantor em Fog on the Tyne. Bem, nem sempre esse diálogo entre música e futebol dá certo.
O futebol, como vimos, pode até não dar samba sempre, mas, acaba em música.