A Temporada de Concertos 2023 do Instituto Baccarelli se inicia no dia 16 de fevereiro, uma quinta-feira, às 20h, com a Orquestra Sinfônica Heliópolis. Sob regência de Isaac Karabtchevsky, maestro titular do grupo e diretor artístico da instituição, o grupo leva ao Teatro B32 um programa que é um verdadeiro festival, com obras de Lorenzo Fernandez, Heitor Villa-Lobos, Maurice Ravel, Johann Strauss e Antônio Carlos Gomes.
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Os ingressos vão de R$ 40 a R$ 20 (meia-entrada) e estão à venda na bilheteria do teatro ou no site. Também haverá transmissão online gratuita — para participar da plateia online basta realizar se inscrever no site oficial.
Abre o programa o famoso Batuque, de Lorenzo Fernández (1897-1948). Movimento final de sua suíte Reisado do Pastoreio (1930), a peça ganhou fama mundial por sua força rítmica e expressividade, tornando-se atração recorrente em salas de concertos brasileiras e internacionais. Exemplo máximo de sua fase nacionalista, o Batuque faz parte do empenho de Fernandez em traduzir em música a diversidade cultural do Brasil.
Outro compositor que se dedicou a criar uma música autenticamente nacional foi Heitor Villa-Lobos (1887-1959), contemporâneo e amigo de Fernandez, considerado o grande patrono da música clássica brasileira. Entre suas obras mais conhecidas estão o ciclo das Bachianas Brasileiras — uma série de nove suítes, para formações diversas, em que o autor uniu expressões do folclore nacional às formas composicionais de Johann Sebastian Bach (1685-1750). Das suas Bachianas, serão apresentados dois famosos movimentos: o Prelúdio, da Bachiana nº 4 (1942); e O Trenzinho do Caipira, tocata que fecha a Bachiana nº 2 (1934).
Na sequência, é a vez de outro expoente da música moderna do início do século XX: o francês Maurice Ravel (1875-1937). Considerado um mestre da orquestração, Ravel é dono de uma produção vasta e diversa, ao mesmo tempo singular e em sintonia com a tradição musical francesa. No Teatro B32, a Orquestra Sinfônica Heliópolis interpreta a segunda suíte do balé Daphnis et Chloé (1912). Escrito sob encomenda para a famosa companhia Ballets Russes, de Sergei Diaghilev — a mesma que encomendou A Sagração da Primavera a Stravinsky —, o balé foi um sucesso imediato, consolidando Ravel como um dos grandes compositores de seu tempo.
Fecham o programa duas peças curtas e impactantes. A primeira delas é a Marcha Radetzky, de Johann Strauss (1804-1849). Considerado um dos maiores nomes da chamada “música leve”, estilo muito em voga no século XIX, com obras curtas e populares, Strauss escreveu a marcha para o marechal-de-campo Joseph Radetzky von Radetz, para comemorar a vitória na Batalha de Custoza (1848).
Encerrando o repertório, outra peça triunfante, mas desta vinda da ficção: a Protofonia da ópera O Guarani, de Antônio Carlos Gomes (1836-1896). Nome maior da ópera brasileira, Carlos Gomes tem no Guarani sua obra-prima. Baseada no romance de mesmo nome de José de Alencar, a peça carrega o nacionalismo típico do século XIX, e é uma das obras fundamentais para a criação da identidade nacional brasileira.
Grupo artístico mais avançado do Instituto Baccarelli, a Orquestra Sinfônica Heliópolis é um dos grupos jovens mais conceituados do Brasil, reconhecida nacional e internacionalmente. Sob direção do maestro Isaac Karabtchevsky, os jovens instrumentistas têm a oportunidade de trabalhar com o maior regente brasileiro da atualidade, em uma intensa troca artística e profissional.