Os ingleses do Depeche Mode se entronizaram na noite de sábado (13) em Portugal como os reis do tecnopop, assegurando assim a obrigatória dose de maturidade ao Optimus Alive, um festival cada ano mais consolidado.

Com uma atuação carregada de sedução e dança, o vocalista Dave Gahan fez do palco seu reino particular no segundo dia do evento em Oeiras, a cerca de 20 quilômetros de Lisboa.

A banda que injetou o som dos sintetizadores no pop há três décadas entoou as canções mais emblemáticas de sua carreira durante quase duas horas e com poucos esquecimentos.

A atuação, que atraiu mais pessoas do que na noite anterior, serviu também de apresentação de seu último disco, Delta Machine, um trabalho eclético e minimalista.

O Depeche Modecomeçou o show com Welcome to My World, canção que abre seu álbum mais recente e chamou com eficácia o público que ainda se aproximava dos dois palcos.

Em seguida Gahan pegou o microfone e cantou para um público de súditos ansioso para devorar alguns dos hinos eletrônicos mais dançantes das últimas décadas.

Em uma noite de temperatura amena, o clássico Walking in My Shoes começou a animar os espectadores, agitados pelo cinquentão Gahan.

Em um segundo plano, ficou o compositor, tecladista e guitarrista Martin L. Gore, que se destacou em algumas músicas, como Judas e Home.

O potencial dos novos singles da banda foi demonstrado com a dramática Heaven e a incendiária Should Be Higher, nas quais o vocalista sempre balançava as quadris e interpretava seus frequentes gestos afeminados.

O Depeche Mode rendeu um tributo especial a um dos discos mais bem-sucedidos da banda, Violator (1990), com Policy of Truth e uma de suas mais sofisticadas canções, Enjoy the Silence.

Depois vieram aquelas músicas que marcaram o início do grupo de Essex, como Black Celebration, que deu nome a seu quinto álbum produzido em 1985.

Também não faltaram a melancolia dos teclados de Precious e as doses de eletrônica de A Pain that I’m Used To, ambas canções do álbum Playing the Angel (2005).

O público só entendeu que chegou de verdade sua hora quando soou o começo lento, quase em câmera lenta, do solo de guitarra de Personal Jesus, talvez a mais característica canção do grupo.

E embora Home tenha acalmado os espectadores, o público foi reavivado em seguida com Just Can’t Get Enough, o terceiro single da banda, e Never Let Me Down.

O show do Depeche Mode foi precedido por seus compatriotas Editors, banda cujo cantor Tom Smith tem uma voz profunda como a do cantor Ian Curtis, do Joy Division.

O grupo, que este junho lançou seu quarto álbum The Weight of Your Love, fez um show sem excessos no qual não faltou a potência meteórica do single Munique.

Algumas surpresas da jornada foram os portugueses do Oquestrada, um pop fresco e divertido feito com folclore local.

O tom enigmático do evento foi do soul da dupla canadense e dinamarquesa Rhye, que souberam aproveitar a intimidade do segundo palco para apresentar seu álbum de estreia Woman.

A sétima edição do festival termina neste domingo com os americanos do Kings of Leon e alguns grupos excelentes como o Alt-J, vencedores mais recentes do famoso prêmio Mercury.


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Com hits e novas, Depeche Mode mostra que tecnopop continua em alta