Steven Tyler e Joe Perry podem até brigar fora dos palcos, mas os ‘toxic twins’ sabem que em cima deles precisam se amar e se aturar para manter o rock n’roll rolando (e a grana entrando). Esse ‘amor’ todo pôde ser comprovado e registrado nesta noite calorosa de sábado, 15, durante o show do Aerosmith, no Allianz Parque, em São Paulo.
O nome da turnê que está passando pelo Brasil é Rock n’ Roll Rumble – Aerosmith Style 2016, então, nem precisa dizer que toda a essência da banda está na apresentação. Mesclando o melhor de Rolling Stones com Led Zeppelin, o ‘Aero’ ainda consegue ser uma das maiores bandas do gênero e uma das poucas ‘oldschool‘ que o mantém vivo. Seus integrantes são como Peter Pans do rock; podem até envelhecer, mas não crescem. A alma roqueira permanece sempre jovem, e os 45 mil presentes aplaudem de pé.
Assim como os maiores (Beatles, Stones, Who), o Aerosmith tem um arsenal poderoso de hits e segura qualquer apresentação pelo tempo que quiser. Para ter uma ideia, logo na segunda música veio Love In An Elevator, seguida por Cryin’. Não demorou e tocaram Crazy, Livin’ On The Edge, Pink e a mais esperada I Don’t Want To Miss A Thing. Pesado! Interessante perceber que, apesar deles serem uma banda fortíssima dos anos 70, o público está mais interessado nos hits noventistas, os mais baladeiros e radiofônicos. E, que assim seja.
Ainda teve Walk This Way, Dream On, Sweet Emotion e uma versão potente de Come Together, dos Beatles. Sente o peso dos hits:
No visual, Tyler e Perry também não desapontam no quesito ‘rock’. O vocalista, de 68 anos, abusa do glitter e do bom humor. Também corre pelo palco todo, e embora sua voz esteja cada vez mais rouca, arrisca vários agudos e não desaponta. Já o guitarrista, de 66, ostenta um bigode de gosto duvidoso, mas dá show à parte: esmerilha riffs clássicos, toca com o instrumento nas costas e divide o microfone com o ‘brother’ várias vezes. Clichês que o público paga para ver e não podem faltar nesse grande circo chamado rock and roll.
Digam o que quiserem, se estão velhos ou não, o que percebemos é que, enquanto o Aerosmith estiver na estrada o rock estará vivo, salvo e em boas mãos. Ainda bem que existem os Peter Pans!