Não é preciso andar mais do que cinco minutos em uma grande avenida para constatar que, no semblante das pessoas, a expressão é de preocupação, como se estivessem todos procurando por algo ou por alguém que se perdeu em meio ao tráfego.
Pessoas apressadas, irritadas com o tempo, por que tempo é dinheiro e o dinheiro é o que traz felicidade; mas se elas procuram a felicidade, porque todos os ricos não são felizes? Há quem diga que eles são tão pobres, que a única coisa que eles têm é dinheiro.
E passam a vida inteira procurando, e a vida passa por eles abanando e sorrindo, cheia de graça, de samba, de raça, lotada de amizades, amores, afetos, abraços, abrigos e desabrigadas, eles não enxergam nada além do que mais procuram… o dinheiro.
E essas mesmas pessoas que há tempos atrás procuravam o progresso, hoje são as maiores vítimas deste processo; mulheres reféns de botox, silicone e por aí vai, homens reféns de viagra , porque o sexo nada consagra na relação a dois, o amor sim.
Procura-se desesperadamente o respeito entre as pessoas, entre as raças, entre os países, entre os pais e entre os filhos (quem dera fôssemos integrantes da fauna e seguíssemos as leis da floresta, porque os animais parecem ter mais escrúpulos do que o bicho homem).
Procura-se a compreensão em meio a este caos urbano, onde não é só a selva que é de pedras, mas também o coração das pessoas.
Procura-se, acima de tudo, a soma dos valores básicos como integridade, pudor e decência, que nos diferenciam dos animais e alimentam minimamente a nossa alma. Eu diria até que alguns já a perderam por algum bar…em algum porre… .
O que mais se lastima é que esta incessante busca por dinheiro e poder extrapola os limites de tudo o que é necessário para construir um mundo melhor.
Viva o Capitalismo! (e morra com um terno Gucci, uma bolsa Louis Vuitton, um relógio Armani, ao som de Imagine…).