MC Federado e Os Leleks
Créditos: Fabiano Alcântara
Talvez você não saiba quem é MC Federado e os Leleks, mas com certeza já ouviu Ah Lelek Lek Lek Lek. Com quase 8 milhões de visualizações no YouTube, a música virou a bola da vez, com direito a ser dançada por Neymar, termômetro inegável para canções populares nos últimos tempos.
Os meninos de Niterói, no Rio de Janeiro, curtem a fama repentina, adotaram visual ousado, com pedras de strass coladas nos dentes com superbonder (por favor, não façam isso em casa), e óculos coloridos de acetato, no estilo Restart, sem lente.
No estúdio da rádio Jovem Pan, eles contaram que sonham com a participação de Neymar em um clipe e parceria com MC Bola, da estourada Ela é Top. Também revelaram que tem outras músicas engatilhadas e que Ah Lelek Lek Lek Lek foi gravada com um tablet e custou R$ 70, valor gasto em um churrasco que serviu como chamariz para as pessoas da comunidade aparecerem no vídeo. Leia a entrevista do MC Federado concedida ao Virgula Música, em que ele fala na inspiração para a música, o apelo visual do grupo e a opção por fazer músicas sem palavrões e apologia ao crime.
Como foi que vocês tiveram a ideia de fazer esta música?
Foi o grupo todo porque o nome de um dos meus dançarinos é Alex. A gente chamava ele de Lelek, ficava Lelek pra lá, Lelek pra cá. A gente se reuniu e falou, pô, deu música. A gente fez só o refrão que ficou “Ah Lelek Lek Lek Lek”. Todo mundo na rua contagiou geral, no baile, na comunidade. E começamos a dançar. Aí surgiu o passinho do volante, fazendo o movimento com a mão, girando para um lado e para o outro. Daí a gente tá nessa correria.
E o clipe, como vocês fizeram, quanto vocês gastaram pra fazer?
Foi a gente mesmo que fez, na zoação. Gastamos nada mais nada menos que uns R$ 70.
Com o quê?
Carne, linguiça, carvão. Nós fizemos um churrasco lá para todo mundo lá. Todo mundo curtiu, ajudou a gente e é isso.
A que você atribuiu o sucesso da música?
Foi por nossa sinceridade, a gente é humilde. Isso faz o pessoal gostar mais da gente. E o refrãozinho também, que é bom pra caramba, é o que dizem.
E esse estilo no dente, como surgiu?
No dente, a gente bota pedrinha. Nós pegamos a pedrinha na Dieddy Design, que é uma loja de roupa. Aí botamos superbonder, colamos as pedrinhas. Geral gostou, estamos aí até hoje.
Você acham importante o visual?
Um estilo próprio, um estilo só nosso. Para o pessoal ver que a gente está criando e passando pro povo.
Quem são seus ídolos musicais?
Eu gosto de todo ritmo de música. Tudo para mim é bom.
Diferente de outros funks, a música de vocês não tem baixaria, é uma opção, uma vertente dentro do funk?
O funk, como se diz, com putaria, é proibido de tocar em vários lugares. E nós pensamos já nisso de fazer a música sem palavrão, sem apologia ao crime, a gente vai poder tocar em todos os lugares. Isso que é importante. O pessoal toca em aniversário, toca em casamento, toca até em enterro.
Veja o clipe de Ah Lelek Lek Lek Lek, com MC Federado e os Leleks